Especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, do CFM, explicou que a ultrassonografia implica conhecimento de anatomia, fisiologia, patologia e mesmo técnica cirúrgica e, por isso, deve ser realizada por médicos
O emprego de algumas técnicas radiológicas e imagenológicas – como a ultrassonografia, por exemplo – requer alto nível de treinamento e deve ser conduzida por médicos. Esta foi a posição do Conselho Federal de Medicina (CFM) durante audiência pública na Câmara dos Deputados, no dia 6 de dezembro, que discutiu o PL 3.661/12, que regulamenta o exercício de atividades radiológicas.
Representando o CFM, o conselheiro Aldemir Humberto Soares, especialista em Radiologia e Diagnóstico por Imagem, explicou que a ultrassonografia implica conhecimento de anatomia, fisiologia, patologia e mesmo técnica cirúrgica, pois há procedimentos endoscópicos, transvaginais, que são invasivos, e procedimentos intervencionistas guiados por ultrassom, como biópsia de tireoide, fígado, rim, próstata etc. “Hoje a ultrassonografia é uma especialidade médica reconhecida e estabelecida no mercado, que requer seis anos de graduação mais especialização que varia de três a quatro anos, ou seja, um preparo de até dez anos. Por isso, a nossa ultrassonografia ganhou alto reconhecimento no mundo. Ela tem a vantagem de ser exame sem radiação, e muito barato dentro do contexto de imagem”, explica.
Durante a reunião, a entidade criticou alguns pontos do PL, como a autorização para que bachareis em ciências radiológicas, tecnólogos em radiologia e técnicos em radiologia empreguem algumas técnicas como a ultrassonografia.
O representante do CFM destacou ainda que a Radiologia é uma das áreas da medicina que apresentou o maior desenvolvimento técnico-científico. A entidade entende que a profissão de técnico em radiologia é fundamental na atualidade e deve ser adequada ao atual nível da especialidade de radiologia.
“Estamos em um nível muito alto de qualidade de exame, de equipamentos, procedimentos e técnicas que o tradicional curso de técnico não atende mais. O nível superior pode ser reconhecido e regulamentado no nível tecnológico, mas não deve trazer confusão e desencontro entre as diversas profissões, deixando sempre claro os limites entre cada uma. O que buscamos é que todos tenham o seu espaço, progridam e melhorem em função da população, e que prestemos um serviço melhor”, defendeu. A audiência foi proposta pelos deputados Benedita da Silva (PT-RJ) e Eleuses Paiva (PSD-SP). “Cada profissão tem obrigações e deveres de acordo com seu conhecimento e habilidades adquiridas. Me preocupa muito quando começamos a ultrapassar os limites para os quais cada profissional é treinado e capacitado”, destacou Paiva.
Também participaram representantes do Colégio Brasileiro de Radiologia e Diagnóstico por Imagem, Associação Brasileira de Física Médica, Comissão Nacional de Energia Nuclear, Instituto Federal de Santa Catarina, Conselho Federal de Biomedicina e Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia.
Fonte SaudeWeb
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