Para a indústria, a redução depende de adaptações tecnológicas e também do hábito do consumidor |
De acordo com o trabalho assinado por Rob Moodie, da Universidade de Melbourne, na Austrália, e Carlos Monteiro, professor de nutrição da USP, pesquisas científicas financiadas pela indústria de alimentos tem uma chance até oito vezes maior de ter conclusões favoráveis a essas empresas do que estudos independentes.
Para eles, acordos entre o governo e a indústria para cortar sódio, gorduras e açúcar de alimentos acabam tomando o lugar de regulamentações mais rígidas.
Segundo o artigo, não há evidência de que acordos voluntários surtam efeito.
Além da influência política, as fabricantes de alimentos também teriam em comum com as de cigarro a migração de seus esforços para países de renda média e baixa, já que os ricos estão com seus mercados saturados.
Nos últimos anos, a ONU foi criticada por supostamente ceder aos interesses da indústria ao formular políticas para o controle de doenças como hipertensão e diabetes.
No entanto, o modelo de parcerias com a iniciativa privada vem sendo adotado em muitos países, inclusive no Brasil, onde as fabricantes se comprometeram a reduzir os níveis de sódio dos alimentos.
O acordo também é alvo de críticas por aqui. Um levantamento do Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor) mostrou que as metas de corte de sódio são tímidas demais para ter impacto, conforme a Folha noticiou na semana passada.
Para a indústria, a redução depende de adaptações tecnológicas e também do hábito do consumidor.
Fonte Folhaonline
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