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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Laboratórios paulistanos abrem unidades de luxo para diagnóstico

Sala de espera do novo HCor Diagnóstico
Avener Prado/Folhapress
Sala de espera do novo HCor Diagnóstico
 
A "massificação" do atendimento em hospitais particulares e laboratórios, causada por um aumento de 13%, nos últimos três anos, do número de clientes de planos de saúde em São Paulo, fez alguns dos principais centros diagnósticos investirem num nicho de luxo para dar tratamento "diferenciado" aos seus clientes.
 
Nesses laboratórios, abertos recentemente na cidade, os mimos vão de tecnologia de última geração para ressonâncias a detalhes que nada têm a ver com exames, como aromas personalizados.
 
No Alta Excelência Diagnóstica, na avenida Brasil, no Jardim Europa (zona oeste), o cliente encontra, na maca da sala de exames, um conjunto de lençóis de algodão egípcio 600 fios --embalado com o nome da marca em letras garrafais e nove opções de café da manhã, como orgânico, kosher e sem glúten.
 
O lanche é servido em xícaras de porcelana: nada de copinho de plástico e com talheres de prata.
"Fizemos uma pesquisa com médicos e pacientes e vimos que o mercado estava se voltando para algo de massa e que havia uma janela aberta para o produto de luxo na saúde", diz Claudia Cohn, diretora do Alta, laboratório "AAA" do Grupo Dasa, que engloba o Delboni Auriemo e o Lavoisier.
 
No Alta, uma ressonância de abdome total com contraste custa R$ 2.765, contra R$ 1.351 no Delboni. A lista de convênios aceitos no laboratório é restrita aos planos "top" de poucas operadoras.
 
A eliminação da fila de espera foi uma prioridade, diz Cohn. Em muitos casos, os resultados dos testes podem sair no mesmo dia e, segundo a diretora, há uma estreita relação entre os médicos do Alta e os que pedem os exames para a discussão dos laudos diagnósticos.
 
Em março, uma nova unidade da rede, a "flagship", será aberta ao lado do parque Ibirapuera, com tratamento especial para atletas.
 
Luz natural
Exames de esforço na esteira com vista panorâmica e salas de ressonância com luz natural são os destaques da nova unidade do HCor (Hospital do Coração), na avenida Cidade Jardim.
 
Lá, o "túnel" do aparelho de ressonância é mais largo e mais curto, para tornar o exame menos claustrofóbico, e o paciente recebe fones de ouvido e óculos especiais para assistir a um filme ou à TV.
 
"Buscamos um perfil de pacientes que não tínhamos na unidade Paraíso. Queremos o executivo que mora e trabalha nessa região e no Morumbi. Tem dado certo", diz Abdalla Skaf, coordenador médico da unidade.
 
O Hospital Israelita Albert Einstein também abriu um laboratório na região, dentro do luxuoso shopping Cidade Jardim, mas com instalações mais simples.
 
Cara de hospital
Um pedestre que passar distraído em frente ao Fleury do Itaim Bibi poderá até confundi-lo com um centro cultural.
 
Ali, exposições ficam em cartaz por um ano; folhetos indicam as obras no prédio. A atual, "Corpo Cultural", estimula a exploração dos sentidos por meio de texturas, cheiros e uma "sala de experiências" com livros e chás.
 
Na nova unidade do HCor, painéis do artista plástico Carlos Matuck decoram a entrada.
 
O ambiente, com piso de mármore e um enorme lustre pendendo na entrada --nada que lembre um laboratório--, foi a primeira coisa que chamou a atenção da artista plástica Bia Doria quando foi ao Alta, unidade do grupo Dasa na avenida Brasil.
 
"Pensei que estava no lugar errado", conta.
 
Ela destaca, entre as facilidades do novo laboratório, o fato de não precisar pegar senha. "Agora vou levar meus filhos pra fazer um 'check-upzinho'. Já espalhei para o marido e as amigas. Nem em hospitais 'top' temos esse atendimento."
 
Os programas de check-up são um dos carros-chefes das unidades, em especial no novo HCor.
 
Moacyr Roberto Cuce Nobre, diretor da Unidade de Epidemiologia Clínica do InCor (Instituto do Coração da USP), lembra, no entanto, que check-ups gerais podem trazer mais danos que benefícios.
 
"Um pequeno número de pessoas se beneficia porque descobre a doença na fase subclínica. Mas a maioria tem prejuízos, como desconfortos com exames, ansiedade com o falso-positivo e intervenções desnecessárias."
 
Segundo ele, é preciso insistir na cultura da prevenção e do autocuidado.
 
"A cultura do check-up é 'faço o que quero porque, com o check-up, estou garantido' e da venda do procedimento. Quando o apelo é a possível detecção de uma doença como câncer, traz mais impacto às pessoas, mas nunca se fala dos possíveis danos."
 
Fonte iG

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