Foto: Alan Cooper Arcada dentária de mulher romana datada do final da Idade do Ferro mostra grande depósito de cálculo dental |
Estudo publicado na revista Nature Genetics, esta semana, comprova que, após 7500 anos de evolução, o ser humano tem uma menor diversidade de bactérias na boca. A descoberta aponta o número reduzido de bactérias como a causa do aparecimento de doenças orais crônicas no período pós-industrial.
No estudo, foi analisado o DNA de bactérias calcificadas no tártaro preservado de 34 esqueletos pré-históricos encontrados no norte da Europa. Segundo os investigadores, foi possível avaliar o efeito que a evolução da dieta teve na flora microbiana oral.
A partir destas bactérias foi possível traçar uma linha do tempo com as transformações observadas desde que o ser humano passou de caçador a agricultor da Idade do Bronze e os tempos medievais e, mais tarde, com o processamento dos alimentos, a partir da revolução industrial.
A equipe internacional liderada por pesquisadores do Australian Centre for Ancient DNA (ACAD), da Universidade de Adelaide, teve a participação de pesquisadores do Departamento de Arqueologia da Universidade de Aberdeen (Escócia) e do Wellcome Trust Sanger Institute, em Cambridge (Reino Unido).
"Este é o primeiro registro de como a nossa evolução ao longo dos últimos 7500 anos tem impactado as bactérias que carregamos conosco e as consequências importantes para a saúde", diz o líder do estudo, o professor Alan Cooper, diretor do ACAD.
"A composição de bactérias orais mudou consideravelmente com a introdução da agricultura e, novamente, cerca de 150 anos atrás. Nesta época, com a introdução do açúcar processado e farinha na Revolução Industrial, podemos ver uma drástica diminuição na diversidade de nossas bactérias orais, permitindo a dominação por cepas de causadores de cáries. A boca moderna vive em um estado de doença permanente ".
A placa dentária representa a única fonte facilmente acessível bactérias preservadas em humanos", afirma a pesquisadora Christina Adler. "A análise genética da placa pode criar um registro novo e poderoso dos impactos dietéticos, mudanças de saúde e evolução genômica orais."
Os estudos, agora, estão sendo expandidos através do tempo e, em todo o mundo, incluindo outras espécies, como os neandertais.
Fonte isaude.net
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