Reprodução: Kings College London Vacina em forma de adesivo seria uma alternativa mais barata para as agulhas hipodérmicas |
Produto com vírus vivo dispensa refrigeração, elimina riscos de infecção e pode ajudar na gestão de doenças como AIDS e malária
Cientistas do Kings College London, no Reino Unido, demonstraram a capacidade de entregar uma vacina desidratada na pele sem o uso de uma agulha tradicional.
A pesquisa mostra, pela primeira vez, que a técnica é poderosa o suficiente para permitir que células imunes especializadas da pele deem o pontapé inicial nas propriedades de imunização da vacina.
A equipe acredita que o importante avanço técnico oferece uma solução potencial para os desafios da entrega de vacinas vivas em países com recursos limitados globalmente, sem a necessidade de refrigeração. Uma alternativa mais barata para as agulhas hipodérmicas, também eliminaria os riscos de segurança de contaminação e a administração livre de dor pode levar a adesão de mais pessoas.
Segundo os pesquisadores, a abordagem poderia ter um impacto além de programas de vacinação contra doenças infecciosas, por exemplo, na gestão de doenças autoimunes e inflamatórias, como o diabetes.
Doenças como AIDS, malária e tuberculose representam grandes desafios da saúde global. Embora pesquisas promissoras estejam em andamento para o desenvolvimento de vacinas para essas doenças, consideráveis obstáculos permanecem para os países onde o transporte e armazenamento de vacinas vivas em um ambiente frio não seria possível. Se a cadeia de frio não pode ser mantida, existe um risco elevado que poderia comprometer a eficácia das vacinas.
A equipe usou um molde de silicone desenvolvido por uma empresa dos EUA para criar uma matriz de microagulhas, disco minúsculo com várias microagulhas feitas de açúcar que se dissolvem quando inseridas na pele.
A abordagem consiste em desidratar o princípio ativo da vacina e armazená-la em cristais de açúcar. Depositada em um adesivo que se parece com um pequeno curativo, a sacarose é moldada para formar milhares de agulhas microscópicas, indolores, que foram absorvidas pela pele de ratos em cinco minutos.
Usando imagens eles observaram como a vacina se dissolveu na pele e foram capazes de identificar, pela primeira vez, exatamente quais células imunes especializadas na pele ' recebiam' este tipo de vacina e ativavam o sistema imunitário.
Os pesquisadores descobriram que um conjunto de sub-células dendríticas especializadas na pele foram responsáveis por desencadear esta resposta imunológica.
Quando comparado com o método tradicional de entrega por meio de agulha, a resposta imune gerada pela vacina de microagulhas desidratada (mantida à temperatura ambiente) foi equivalente à induzida pela mesma dose de vacina líquida injetada que tinha sido conservada a -80°C.
"Este trabalho abre a possibilidade de ser capaz de fornecer vacinas vivas em um contexto global, sem a necessidade de refrigeração. Ele poderia potencialmente reduzir os custos de fabrico e transporte, melhorar a segurança e evitar a necessidade de injeção com agulha hipodérmica, reduzindo o risco de transmissão de doenças pelo sangue a partir de agulhas e seringas contaminadas", concluem os pesquisadores.
Fonte isaude.net
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