Rio de Janeiro – O aumento dos casos graves de dengue em Angra dos Reis, no
litoral sul fluminense, levou a prefeitura do município a lançar, a partir de hoje (9), uma campanha de doação de sangue. De acordo com o boletim
epidemiológico divulgado pela Secretaria de Saúde, o número de notificações em
Angra dos Reis subiu de 1.916 para 2.383 casos em apenas uma semana.
“Vamos fazer uma campanha de doação de sangue no município porque nós estamos
com um número de casos em terapia intensiva grande, requerendo, inclusive,
concentrados de plaqueta. E a gente vai fazer uma intensificação das ações de
coleta de sangue na região, para podermos ter um suporte maior para esses
pacientes mais graves”, à Agência Brasil o
secretário Carlos Vasconcellos.
Com apoio da Secretaria Estadual de Saúde, foram instalados dois centros de
hidratação que se somam a mais cinco implantados com recursos do município. “E
temos mantido as ações de controle de focos e dos vetores aéreos”, ressaltou
Vasconcellos.
Segundo o secretário, é a quinta epidemia de dengue que Angra dos Reis
enfrenta ao longo de sua história. Até a semana passada, o município tinha
registrados 4.673 casos, dos quais 974 foram comprovados por laboratório. “Isso
equivale a uma incidência de 2.383 casos por 100 mil habitantes. Ou seja, até
agora, 2,4% da população em cada 100 habitantes foram notificados com a doença”,
destacou.
A secretaria identificou que a região do município no limite com Paraty é a
que apresenta o maior número de casos de dengue, ao contrário do que ocorreu nas
epidemias anteriores. A explicação para o aumento, de acordo com o órgão, é a
presença, nos últimos dois anos, de ferros-velhos e de reciclagem de materiais
instalados irregularmente no local. “Com isso, a área concentrou diversos
possíveis depósitos que podem gerar criadores para o Aedes aegypti
originário de outras regiões. Era uma área que não tinha o mosquito
transmissor”.
Em mais de 15 casos foi feito o isolamento viral, porque a atual epidemia é
pelo sorotipo 4 do vírus da dengue, que não havia ainda gerado nenhuma epidemia
na região. "Com isso, todos os habitantes em geral são suscetíveis, isto é, têm
a possibilidade de contrair a doença, daí o alto número de casos", com a doença
em curva ascendente, declarou Carlos Vasconcellos.
As quatro epidemias anteriores duraram em torno de 12 semanas cada. O
secretário de Saúde acredita que no atual quadro de epidemia, que está na nona
semana, ainda haverá um número grande de casos este mês de abril. Os mutirões de
limpeza nos bairros continuam. “Mas a nossa preocupação maior agora é com os
casos graves”, disse.
Vasconcellos informou que há falta de leitos hospitalares em Angra dos Reis
para atender os doentes de dengue. A taxa de ocupação supera 100%. “Tem pessoas
que vão para o pronto-socorro por causa do aumento da demanda”, declarou.
Fonte Agência Brasil
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