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terça-feira, 9 de abril de 2013

Metabolismo intestinal faz carne elevar risco de doença cardiovascular

Pesquisa mostrou que, ao degradar a proteína, bactérias do intestino produzem substância que favorece acúmulo de gordura nas paredes das artérias
 
Não bastasse a gordura e o colesterol, cientistas descobriram mais uma razão pela qual o consumo de carne vermelha aumenta o risco para doenças cardiovasculares.
 
Segundo uma pesquisa publicada na revista Nature Medicine, o metabolismo da substância L-carnitina por bactérias no intestino produz uma substância que favorece o acúmulo de gordura nas paredes arteriais, podendo desencadear um processo de aterosclerose.
 
A L-carnitina é um nutriente natural da carne vermelha, também presente em bebidas energéticas e consumido como suplemento alimentar, com a promessa de que ajuda a queimar gordura e emagrecer mais rápido.
 
Os resultados da pesquisa, porém, mostraram que um consumo excessivo da substância pode ser prejudicial à saúde. Não por conta da L-carnitina diretamente, mas de uma substância derivada dela, chamada TMAO.
 
Em uma série de experimentos comparativos, os cientistas demonstram que há uma relação direta entre a produção de TMAO e risco elevado de doenças cardiovasculares. Um risco que ainda não está totalmente quantificado, mas que "parece ser bastante significativo", segundo o autor principal do estudo, Stanley Hazen, do Departamento de Medicina Celular e Molecular da Cleveland Clinic, em Ohio.
 
"Há tempos já se sabe que há um fator de risco para doenças cardiovasculares associado ao consumo de carne vermelha; só que as gorduras saturadas e o colesterol não são suficientes para explicar isso. O que estamos mostrando nesse estudo é um novo mecanismo que ajuda a explicar por que esse risco existe", disse Hazen.
 
"Agora temos mais uma coisa para prestar atenção, e mais um mecanismo no qual podemos intervir na busca de tratamentos."
 
As análises foram realizadas com camundongos e seres humanos, incluindo comparações entre veganos, vegetarianos e onívoros. Os resultados indicam fortemente que, quanto maior o nível de TMAO no organismo, maior o risco de desenvolver aterosclerose e outras doenças cardiovasculares.
 
Isso porque o TMAO altera a maneira como o colesterol e os esteroides são metabolizados e inibe um processo chamado "transporte reverso de colesterol", que resulta num aumento do acúmulo de gordura nas paredes internas das artérias – mesmo que os níveis de colesterol circulante no sangue continuem normais, ressalta Hazen.
 
"Talvez isso explique porque algumas pessoas desenvolvem aterosclerose mesmo sem ter colesterol alto", pondera o médico.
 
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 
Por iG

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