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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Déficit de dentistas na rede municipal paulista é de 33%

Outro problema é que 70% dos profissionais só trabalham meio período, segundo diagnóstico feito pela Prefeitura de São Paulo
 
A cidade de São Paulo tem um déficit de 33% de dentistas na rede pública municipal. Faltam 520 profissionais e, dos 1.074 que atuam na rede, 70% só trabalham meio período - há unidades onde apenas quatro emergências são atendidas por dia. Além disso, 30% das cadeiras odontológicas precisam ser trocadas. As informações constam no diagnóstico que a nova gestão fez da área para planejar as ações dos próximos anos.
 
Segundo a Secretaria de Saúde, a gestão Fernando Haddad (PT) herdou uma situação "preocupante" nessa área, resultado de uma falta de investimentos e também de um volume muito pequeno de parcerias federais. Segundo o coordenador de saúde bucal da secretaria, Douglas Schneider, houve um déficit acumulado de investimentos na área de recursos humanos. "Ao contrário do que ocorre com médicos, no caso da odontologia não há dificuldade para encontrar profissionais formados. O que houve foi um investimento baixo na reposição de dentistas."
 
A falta de profissionais também atinge as equipes do Programa de Saúde da Família (PSF). São Paulo tem 1,2 mil equipes, que deveriam contar com, no mínimo, uma grupo odontológico para cada duas equipes. Mas há somente 239 dentistas para os 1,2 mil grupos.
 
A atual gestão avalia que só vai conseguir adequar o número de dentistas ao longo dos próximos quatro anos. A pasta prepara um edital de contratação de profissionais de saúde para este ano, mas, segundo Schneider, não é possível indicar neste momento quantos cirurgiões dentistas serão contratados.
 
UBSs sem estrutura
Das 443 Unidades Básicas de Saúde (UBSs), 370 têm atendimento de saúde bucal. Na maioria delas, os atendimentos emergenciais são limitados a quatro e concentrados no período da manhã. "Há duas chamadas, às 7 horas e às 11 horas. Dependendo do dentista, ele atende mais", contou à reportagem uma funcionária da UBS Vila Nova York, na zona leste da cidade. Mas o principal problema é na fila por prótese dentária, que chega a três anos e meio. (mais informações nesta página).
 
"Nossa estrutura está abaixo do que poderia e deveria estar, e isso explica dificuldades na urgência, no tratamentos e nas próteses", ressalta Schneider. Além das UBS, a cidade conta com 28 centros de especialidade odontológica (CEO). Nelas, também há um déficit de profissionais - enquanto trabalham 128 dentistas, há 60 cargos vagos (31%).
 
Das 130 cadeiras odontológicas desses centros, 40 precisam ser trocadas.
 
"A Prefeitura não tem contrato de manutenção", diz Schneider. O município solicitou ao Ministério da Saúde 110 cadeiras. Também espera a reforma de 130 UBS. Por enquanto, não há planos de expansão da rede, mas de melhoria da atual.
 
A aposta da atual gestão está em buscar verbas em Brasília. "Os recursos do Ministério da Saúde não foram utilizados na escala que cidade pedia", diz Schneider. De acordo com informações do ministério, apenas 1,1% dos recursos federais da área foram recebidos pela cidade no ano passado.
 
Discordância. A assessoria do ex-prefeito Gilberto Kassab (PSD) discorda que tenha havido falta de investimentos na área. Em nota, informou que ampliou em 42% o número de dentistas, aumentando a quantidade de procedimentos de saúde bucal (47,5%) na cidade.
 
"Paralelamente, a gestão Kassab atuou na base para conscientizar a população da importância de cuidar, desde a infância, da saúde bucal", informou a assessoria de Kassab, em nota.

Fonte Estadão

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