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segunda-feira, 22 de abril de 2013

Fome emocional: deixe os sentimentos fora do prato

Foto: Divulgação
Geneen Roth, autora do livro, "Liberte-se da
 fome emocional"
Autora norte-americana fala sobre como as emoções interferem nas escolhas alimentares
 
Quem nunca chegou em casa depois de um dia estressante e procurou na geladeira ou no armário um “pedaço de conforto” em forma de chocolate?
A fome emocional – relação entre o estado emocional e o que escolhemos para comer – é estreita e comprovada cotidianamente.
 
“Quando sua mente e seu corpo estão envolvidos em algum tipo de reação, comer não é a coisa mais adequada a fazer”, aconselha a escritora Geneen Roth, autora do livro Liberte-se da fome emocional (Lua de Papel).
 
“Quando você está em uma conversa tensa, que mexe com as suas emoções, enquanto come, você ingere os sentimentos com a comida”, afirma Roth. Você fica com o corpo ansioso, tenso, confuso e, além disso, cheio. E o sorvete não desfaz o nó na garganta”, completa.
 
Comer compulsivamente ou até deixar de comer são duas fortes características de que os seus sentimentos estão norteando o momento da alimentação e interferindo naquilo que você coloca no prato.

Com uma linguagem simples, quase que uma conversa entre duas pessoas com um mesmo problema, Roth tenta mostrar o caminho para vencer esse dilema cotidiano.

A ideia da autora é ensinar como reconhecer os sinais da fome psicológica. A partir dessa consciência, a pessoa deve ser capaz de adotar novos hábitos. Ao final de cada capítulo, Roth sugere exercícios (como comer na frente dos amigos ou falar em voz alta com a comida) para colocar os ensinamentos em prática. Em entrevista ao iG Saúde, ela falou sobre a fome emocional.
 
iG: Na sua opinião, o número de obesos seria menor se as pessoas conseguissem entender seus sentimentos e pudessem lidar com eles?
Gennen Roth: Sim. Nenhuma dieta poderá ser cumprida se as questões emocionais não estiverem bem resolvidas. Para ter sucesso, uma dieta precisa do comprometimento de quem decide fazê-la. Isso não é uma questão racional se a pessoa estiver emocionalmente instável. Para que qualquer dieta funcione, a pessoa precisa estar realmente motivada, o que se consegue quando se estabelece um objetivo possível.

iG: É comum, principalmente depois de um dia estressante, a frase “vou comer porque mereço”. Em geral o alimento é um doce ou algo calórico. Essa atitude também pode ser encarada como uma autossabotagem?
Gennen Roth: Todas as pessoas usam o alimento em algum momento para saciar um problema emocional. Isso é normal. O problema é quando nos tornamos reféns desse comportamento e agimos repetidamente guiados por nossas emoções a ponto de isso nos causar problemas ligados à saúde ou ao peso.
 
iG: Como enxergar a fome emocional?
Gennen Roth: Se, depois de comer, você se sentir pesada ou com algum tipo de mal-estar é sinal de que você comeu mais do que deveria ou comeu algo que não deveria (possivelmente porque você tem algum tipo de restrição àquele alimento). Esse conhecimento sobre o próprio corpo deve pautar todas as nossas escolhas. Se você está feliz e com a autoestima elevada, seguramente não terá um comportamento de autossabotagem. Não podemos considerar o corpo um inimigo. Comer somente quando temos fome significa confiar na sabedoria do nosso corpo.
 
iG: Como surge a fome emocional?
Gennen Roth: Trago nesse livro um conjunto de histórias reais representativo do que pode acontecer com todas as mulheres. Cada uma me procurou porque se sentia refém da comida, mas a origem da fome emocional de cada uma era diferente. É preciso que cada pessoa identifique a razão que a leva a se autossabotar. É esse o motivo de eu contar essas histórias, em cada uma delas pode ter um pedaço do que acontece com quem lê, o que torna o livro uma terapia de autoconhecimento. Conhecer as suas motivações é o único caminho para vencer esse dilema.

iG: Quais dicas simples você daria para lidar com esse problema?
Gennen Roth: Coma sentada, determine um momento para parar de comer durante as refeições, não tenha vergonha de deixar comida no prato se estiver satisfeita, faça uma tabela com o que comer ao longo do dia e anote se estava com fome ou não quando comeu. Quando estiver comendo evite conversas que mexam com suas emoções: trabalho, relacionamentos, dinheiro. Estabeleça uma noite livre por semana, para comer o que tiver vontade sem culpa e faça pelo menos uma refeição sozinha de vez em quando.
 
Fonte iG

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