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quarta-feira, 10 de abril de 2013

Mutações genéticas que ocorrem no útero predispõem crianças à leucemia

Um estudo exclusivo do sequenciamento dos genomas inteiros de gêmeos idênticos com leucemia identificou as primeiras mutações da doença ainda no útero da mãe.
 
A pesquisa, realizada pelo Instituto de Pesquisa do Câncer, em Londres, descobriu pistas sobre as origens de leucemia infantil em dois pares de gêmeos idênticos.
 
Os cientistas acreditam que estas primeiras origens genéticas da leucemia podem ser alvos ideais para novos medicamentos anticâncer, porque representam mutações presentes em todas as células do câncer, desempenhando um papel importante no desenvolvimento da doença.
 
 
Leucemia é o câncer mais comum diagnosticado em crianças, afetando um terço dos pacientes jovens com câncer e matando 100 crianças por ano no Reino Unido. Gêmeos idênticos individuais muitas vezes desenvolvem leucemia, ao mesmo tempo, o que sugere que compartilham fatores genéticos ou ambientais.
 
A equipe de pesquisa decidiu investigar est ligação por meio do sequenciamento do genoma inteiro 3 bilhões de pares de gêmeos idênticos com leucemia, a fim de identificar as mutações que conduzem a doença no útero e após o nascimento.
 
"Não é comum no câncer ser capaz de identificar a mutação que deu o pontapé inicial a todo o processo. Filhos gêmeos, exclusivamente, proporcionam uma visão sobre os primórdios silenciosos da leucemia. Uma implicação dessas novas descobertas é que a ' primeira' mutação pode fornecer um alvo apropriado para a terapia, ao contrário de todas as mutações subsequentes, e está presente em todas as células do câncer", explica o coautor Mel Greaves.
 
Os pesquisadores recolheram amostras genéticas de dois pares de gêmeos idênticos que sofrem de leucemia linfoblástica aguda (ALL), a forma mais comum de leucemia em crianças.
 
Eles descobriram que um gene comum causador da leucemia chamado ETV6-RUNX1, gerado no útero através da troca de material genético entre cromossomos, foi a única mutação significativa compartilhada pelos dois gêmeos e, portanto, pode ser a mudança genética crítica 'inicial' que levou à leucemia.
 
A mutação surge em uma célula em um gêmeo, com células que carregam a mutação depois se espalhando para o outro gêmeo através de circulação compartilhada no útero.
 
Os dois gêmeos idênticos apresentaram um total de 22 outras mutações, mas nenhuma destas mutações foi compartilhada por ambos os gêmeos, e assim elas devem ter se acumulado após o nascimento com a progressão da doença.
 
No segundo par de gêmeos idênticos, os dois filhos herdaram uma mutação de seus pais chamada NF1, predispondo-os a uma condição conhecida como neurofibromatose, que é um importante fator de risco para a leucemia. Outras três alterações cromossômicas foram identificadas em ambos os gêmeos, que os cientistas acreditam que ocorreram no útero.
 
"De uma perspectiva clínica, é muito raro ter um par de gêmeos idênticos com leucemia linfoblástica, assim, ser capaz de sequenciar o genoma inteiro de dois pares de gêmeos com esta doença é uma importante conquista. Este estudo nos ajuda a entender melhor como a leucemia se desenvolve no útero, e nos fornece novos caminhos para o tratamento", conclui o coautor Richard Houlston.
 
Fonte isaude.net

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