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sexta-feira, 28 de junho de 2013

Pessoas com enxaqueca sofrem preconceito significativo, diz estudo

mulher tomando comprimidos - Foto Getty Images
Quem abusa de analgésicos para se livrar da dor, ou seja,
toma mais de um comprimido por semana corre o risco
de alimentar a própria dor
Doença incapacitante nem sempre é levada a sério pelos colegas
 
Aqueles que sofrem com enxaqueca precisam lidar não só com a dor, que pode ser incapacitante, mas também com o estigma de que a doença não é grave o suficiente. É o que mostra um novo estudo desenvolvido por um pesquisador da University of Vermont College of Medicine (EUA). O trabalho foi financiado pelo Instituto Canadense de Pesquisa em Saúde e será apresentado dia 30 de junho no Congresso Internacional de Cefaleia, em Boston.

O autor entrevistou 765 pessoas online. Todas eram residentes nos Estados Unidos, com uma idade média de 28 anos. Os participantes assistiram pequenas vinhetas que apresentavam pessoas com asma, ataques de pânico, epilepsia e enxaqueca, e depois respondiam a um questionário que avaliava o estigma das doenças mostradas. Segundo o autor, as perguntas apenas fornecem insights sobre como alguém quer ser associado com aquela pessoa. Por exemplo, os entrevistados respondiam se estavam dispostos a trabalhar com alguém com uma das quatro condições, ou o quão confortável seria convidá-los para um jantar.

A pontuação mais baixa de estigma foi para aqueles com asma, e as pontuações para enxaqueca, ataque de pânico e epilepsia foram bastante próximas. Segundo o pesquisador, os resultados para enxaqueca são um resultado inesperado, se comparados com condições como epilepsia e ataque de pânico. Uma explicação apontada pelo pesquisador é que pode ser difícil para quem não tem enxaqueca entender o quão grave uma dor de cabeça pode ser. Ele afirma que muitas pessoas experimentam dores de cabeça não-enxaqueca ao longo da vida, e por isso acabam por não considerar o problema incapacitante.

O trabalho mostra também que aqueles que não sofrem de enxaqueca pensam simplesmente que quem sofre do problema não está tratando seus sintomas corretamente, e fazendo alarde acerca de um problema que todos têm. Além disso, a enxaqueca surge de forma imprevisível, tornando mais difícil para o paciente marcar compromissos e mantê-los - e algumas pessoas podem interpretar isso como falta de consideração.

Evite seis hábitos para prevenir a enxaqueca
Segundo a Sociedade Brasileira de Cefaleia (SBC), cerca de 30 milhões de brasileiros sofrem de enxaqueca e, dentre esses, 75% são mulheres. "Muitas podem ser as causas da enxaqueca, desde problemas tensionais, normalmente associados ao estresse, até resultantes de tumores, aneurismas, medicamentos fortes e até ressaca", ensina a especialista. Quem sofre com a dor insuportável sabe o quanto é difícil ficar simplesmente esperando que ela passe. Mas, para além dos vários tratamentos para o problema, existem alguns hábitos que quem quer se livrar de vez da enxaqueca, deve abandonar.
 
Confira a lista abaixo:  
 
mulher tomando comprimidos - Foto Getty ImagesAbuso de analgésicos
Quem abusa de analgésicos para se livrar da dor, ou seja, toma mais de um comprimido por semana corre o risco de alimentar a própria dor. "O analgésico bloqueia todos os mecanismos de defesa natural para combate da dor de cabeça. O uso prolongado e indiscriminado desse tipo de medicamento faz com que o corpo fique dependente do medicamento", explica a neurologista Claudia Klein, especialista do Minha Vida.

Em outras palavras, o organismo fica viciado a tal ponto que passa a "produzir" a dor para que o analgésico precise agir. Além disso, o analgésico também impede a produção de serotonina, hormônio neurotransmissor responsável pela sensação de bem-estar e relaxamento, agravando a dor depois de certo tempo. "Muitas pessoas costumam tomar o analgésico ao menor sinal de dor e, assim, esquecem de tratar o problema. É preciso buscar tratamentos reais com medicação indicada o médico especialista", aconselha Claudia Klein.  
 
grãos de café, chocolate e canela em pau - Foto Getty ImagesMá alimentação
De acordo com a neurologista, alguns alimentos devem ser evitados por quem sofre de enxaqueca, como, por exemplo, o aspartame, condimentados, leite e derivados, alimentos cítricos, chocolate e café. "Esses alimentos contêm substâncias que interagem com a bioquímica cerebral do organismo, alterando a ação de determinadas enzimas e diminuindo a quantidade de serotonina, hormônio ligado à enxaqueca", explica Claudia Klein. Além disso, a especialista afirma que pior do que o consumo desses alimentos, é ficar em jejum por tempo prolongado - mais de 4 horas sem comer - ou ter uma alimentação baseada em frituras e doces, por isso, ter um cardápio equilibrado e controlado é uma ótima medida preventiva.  
 
mulher fumando - Foto Getty ImagesTabagismo
Que fumar é uma bomba para o organismo, todo mundo já sabe. A novidade é que, além de todos os males, a nicotina ainda é associada à alteração da circulação sanguínea e enrijecimento dos vasos sanguíneos, o que, segunda a neurologista Claudia Klein, também pode acabar provocando a enxaqueca. Além disso, um recente estudo norueguês publicado pela revista médica Neurology avaliou seis mil estudantes e descobriu que o tabagismo, associado ao sobrepeso e ao sedentarismo, triplica as chances de jovens desenvolverem enxaqueca. Os autores disseram não ter ficado claro se esses fatores do estilo de vida provocam a cefaleia ou se eles agem mais como desencadeadores em jovens já vulneráveis. Pelo sim, pelo não, é melhor prevenir e ficar longe do cigarro.  
 
homem dormindo no sofá - Foto Getty ImagesSer sedentário
Um dos grandes males da população, o sedentarismo afeta em muitos aspectos a qualidade de vida. Além de contribuir para o surgimento de obesidade, hipertensão, diabetes e problemas cardíacos, o sedentarismo é uma porta aberta para a enxaqueca.

Uma pesquisa conduzida na Suécia demonstrou que pessoas que se envolvem em um programa de atividades aeróbicas apresentam queda significativa na frequência e intensidade das dores de cabeça crônicas e enxaqueca. O programa de treinamento aplicado na pesquisa consistia em treino de 40 minutos de bicicleta ergométrica praticada três vezes por semana.

"A pessoa que sofre de enxaqueca já tem uma produção baixa de serotonina, e os exercícios físicos estimulam a produção desse hormônio. Se a pessoa não fizer nenhum tipo de atividade que compense essa baixa, vai ser difícil reverter o quadro", explica a neurologista Claudia Klein. 
 
caneca de cerveja - Foto Getty ImagesConsumir álcool
Como a enxaqueca é um problema de origem vascular, cuja dor é provocada pela contração e dilatação dos vasos sanguíneos, o consumo de bebidas alcoólicas pode ser uma opção ruim para quem lida com o problema. A especialista Claudia Klein explica: "As bebidas alcoólicas quando ingeridas em excesso provocam dilatação dos vasos do corpo e do cérebro, o que acaba acentuando o incômodo da enxaqueca." 
 
homem gritando ao telefone - Foto Getty ImagesSe render ao estresse
Tudo o que gera estresse e desequilíbrio para o organismo pode agravar a enxaqueca de quem já tem predisposição. Trabalho em excesso, ficar sem comer por muito tempo, nervosismo, insônia ou dormir pouco, chateação e outros problemas emocionais podem ser uma porta aberta para a dor incômoda. Quem sofre com os dramas do estresse, deve procurar tratamento. Buscar métodos, como massagem e acupuntura, e dar mais valor ao momentos de lazer e relaxamento são atitudes importantes. "A acupuntura é bem eficiente, pois provoca microestímulos que ajudam o corpo a recuperar o equilíbrio de forma natural", garante a neurologista Claudia Klein. 
 
Fonte Minha Vida

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