Informações de usuários do SUS serão integradas em sistema da Prodesp e
permitirão que médico agilize e qualifique atendimento
A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo lança hoje um modelo inédito de
prontuário eletrônico unificado dos pacientes. O projeto permitirá acesso
imediato ao histórico de atendimento em qualquer unidade do Sistema Único de
Saúde (SUS) da rede estadual paulista. Esse será o último grande anúncio da
gestão do secretário Giovanni Guido Cerri, que pediu demissão na semana passada.
Ele será substituído pelo infectologista David Uip.
Atualmente, o sistema dos hospitais não é integrado. Se um paciente é
atendido em uma unidade e depois se dirige a outra, não existe em rede um
histórico do prontuário. Por isso, o médico precisa reiniciar o processo de
anamnese, a avaliação clínica. O mesmo procedimento vale para as
internações.
O projeto, que recebeu o nome de S4SP (Saúde para São Paulo), começou a ser
desenhado no início do ano passado. Ele foi desenvolvido em parceria com a
Companhia de Processamento de Dados do Estado de São Paulo (Prodesp) e recebeu
investimentos de R$ 56 milhões. A empresa estatal garantirá o sigilo das
informações de cerca de 20 milhões de pacientes do SUS no Estado.
Todo o sistema vai funcionar em "nuvem". No ano passado, o programa foi
implementado em 11 hospitais da capital, entre eles o Instituto do Coração
(Incor), que serviram como piloto para análise e ajustes. Agora, o programa será
estendido para outros 22 serviços, até mesmo em cidades do interior e do
litoral, como Sorocaba e Santos. O modelo foi inspirado em outros semelhantes
usados no Canadá, na Inglaterra e na Austrália.
A ideia da secretaria é que, até o fim de 2014, o sistema esteja funcionando
nas 57 unidades de administração direta (incluindo hospitais, ambulatórios,
laboratórios e farmácias) e nas 37 unidades gerenciadas por organizações sociais
(OS).
Tecnologia
Segundo André Luiz de Almeida, diretor de Tecnologia da
Informação da secretaria, atualmente cada unidade tem seu modelo de sistema de
informatização e cada uma arquiva os dados do seu jeito - uns de forma mais
moderna, outros ainda precários, com níveis de informação muito distintos. "Há
casos de unidades que ainda fazem a admissão do paciente no livro, em papel",
diz.
Os laboratórios, farmácias e ambulatórios também usam sistemas independentes,
o que impedia a integração dos dados.
"Agora, o prontuário eletrônico será instalado em todas as unidades, de
hospitais a laboratórios, e o sistema de preenchimento dos dados será
padronizado, mantendo um nível mínimo e básico de informações que poderá ser
acessado por qualquer unidade do Estado", explicou Almeida.
Com a integração, farmácias e laboratórios também vão alimentar o sistema
online, com dados sobre pacientes que fazem uso de medicação contínua e
resultados de exames, por exemplo. Os pacientes terão acesso a seu prontuário
eletrônico e a resultados dos exames pela internet, por meio de um login e de
uma senha.
"Todos os dados antigos, de prontuários que ainda eram feitos no sistema
analógico, serão digitalizados em outra fase do processo. Por enquanto, todos os
dados que já são informatizados, como os dados de farmácias e de exames, estão
sendo integrados ao sistema", disse.
Estadão
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