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segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Mamografia não dispensa exames complementares

Radiografia da mama deve ser feita por mulheres com mais de 40 anos
Estudo "10 razões para não fazer mamografia" causou polêmicas no mundo da saúde
 
Desde meados dos anos 60, quando a GE apresentou o primeiro aparelho de mamografia (desenvolvendo o equipamento criado em 1913 pelo médico alemão Albert Salomon), o exame tornou-se o instrumento mais eficaz da medicina para diagnosticar precocemente o câncer de mama.

É possível detectar um tumor até dois anos antes de ele ser palpável — fator decisivo para a sobrevivência da paciente. Segundo tipo mais frequente de câncer no mundo, e o mais comum entre as mulheres, o câncer de mama tem 95% de chance de cura se diagnosticado precocemente.

O exame é recomendado anualmente para mulheres a partir dos 40 anos. Entre 2011 e 2012, conforme o Ministério da Saúde, o número de mamografias feitas no Brasil passou de 1.839.411 para 2.139.238. Na faixa prioritária, dos 50 aos 69 anos, o aumento foi ainda maior, de 21%.

Mas a mamografia não é unanimidade entre os médicos. Enquanto seus defensores, como o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, José Luiz Pedrini, garantem que o exame contribui para a redução da mortalidade (em média, cerca de mil pessoas por mês no Brasil), a presidente e fundadora da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, Lucy Kerr, diz que ele pode falhar — e muito.

Autora do artigo "10 razões para não fazer a mamografia", Lucy alega que exames complementares, como a ultrassonografia e a ressonância magnética, apresentam resultados mais efetivos. E lembra que muitos programas de rastreamento já diminuíram o tempo entre os exames de mamografia.

— Um terço dos casos de câncer de mama surge no intervalo entre as mamografias anuais sucessivas. São justamente os tumores mais agressivos  diz a médica. —

Ataque e defesa
No artigo "10 razões para não fazer a mamografia", a médica Lucy Kerr, presidente da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, Relaciona possíveis deficiências do exame para detectar o câncer de mama. Confira cinco delas e o contraponto dos médicos que defendem a radiografia do seio.

PONTO: Não detecta as lesões periféricas.
CONTRAPONTO: O exame médico e o autoexame (que sempre são feitos em combinação) são recomendados para isso.

PONTO: Existem exames mais modernos e eficientes. O melhor método, desde que utilizado com o protocolo completo, é o três em um: a ultrassonografia, a elastografia e a ressonância magnética.
CONTRAPONTO: A ultrassonografia, a elastografia e a ressonância magnética não são exames superados pela mamografia. Eles auxiliam muito na avaliação das mamas, porém sempre após a realização da mamografia.

PONTO: 70% das alterações percebidas na mamografia não evoluem para um câncer invasivo, mas, muitas vezes, ocorre um diagnóstico exagerado e um tratamento excessivo, o que pode fazer a mulher ter outras complicações decorrentes.
CONTRAPONTO: O diagnóstico exagerado e o tratamento excessivo são considerações apenas teóricas, já que não há dados consistentes sobre isso.

PONTO: A mamografia é falha para detectar cânceres causados por mutações genéticas, como no caso da atriz Angelina Jolie. Um estudo indica que a mamografia detectou 37% desses tumores, enquanto o exame de palpação pelo médico chegou a 60%.
CONTRAPONTO: Nas pacientes de alto risco, como as portadoras de mutações como a da atriz Angelina Jolie ou com forte histórico familiar de câncer, é indicada a ressonância, mas sempre combinada a mamografia.

PONTO: A mamografia tem dificuldade para detectar o câncer em mamas densas, característica de quase metade das mulheres. Além do risco de falso negativo, a radiação não penetra adequadamente na mama, diminuindo a capacidade de diferenciar entre o tecido normal e o canceroso.
CONTRAPONTO: A mamografia não é um exame tão efetivo para detectar o tumor nas mulheres que tem mamas densas. Para isso, recomenda-se a ultrassonografia.   

DICAS
Confira como e quando é hora de fazer a mamografia:

- Nas mulheres até 40 anos, é recomendada só quando há alto risco de um tumor ou estiver sendo investigada uma patologia na região do seio.

- Para as mulheres abaixo de 40 anos, é recomendado o auto toque e exame médico anual com um ginecologista ou mastologista.

- Em pacientes assintomáticos, a realização é recomendada somente após os 40 anos.

- Entre os 40 e 60 anos, o exame deve ser anual.

- Após os 70 anos, os riscos de desenvolver um câncer diminuem, e a recomendação deixa de ser anual.

- As mulheres devem fazer mensalmente o exame de auto toque, de preferência após a menstruação.

Fonte: mastologistas Maira Caleffi e José Pedrini

Zero Hora

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