Radiografia da mama deve ser feita por mulheres com mais de 40 anos |
Desde meados dos anos 60, quando a GE apresentou o primeiro aparelho de mamografia (desenvolvendo o equipamento criado em 1913 pelo médico alemão Albert Salomon), o exame tornou-se o instrumento mais eficaz da medicina para diagnosticar precocemente o câncer de mama.
É possível detectar um tumor até dois anos antes de ele ser palpável — fator decisivo para a sobrevivência da paciente. Segundo tipo mais frequente de câncer no mundo, e o mais comum entre as mulheres, o câncer de mama tem 95% de chance de cura se diagnosticado precocemente.
O exame é recomendado anualmente para mulheres a partir dos 40 anos. Entre 2011 e 2012, conforme o Ministério da Saúde, o número de mamografias feitas no Brasil passou de 1.839.411 para 2.139.238. Na faixa prioritária, dos 50 aos 69 anos, o aumento foi ainda maior, de 21%.
Mas a mamografia não é unanimidade entre os médicos. Enquanto seus defensores, como o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, José Luiz Pedrini, garantem que o exame contribui para a redução da mortalidade (em média, cerca de mil pessoas por mês no Brasil), a presidente e fundadora da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, Lucy Kerr, diz que ele pode falhar — e muito.
Autora do artigo "10 razões para não fazer a mamografia", Lucy alega que exames complementares, como a ultrassonografia e a ressonância magnética, apresentam resultados mais efetivos. E lembra que muitos programas de rastreamento já diminuíram o tempo entre os exames de mamografia.
— Um terço dos casos de câncer de mama surge no intervalo entre as mamografias anuais sucessivas. São justamente os tumores mais agressivos diz a médica. —
Ataque e defesa
No artigo "10 razões para não fazer a mamografia", a médica Lucy Kerr, presidente da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, Relaciona possíveis deficiências do exame para detectar o câncer de mama. Confira cinco delas e o contraponto dos médicos que defendem a radiografia do seio.
PONTO: Não detecta as lesões periféricas.
CONTRAPONTO: O exame médico e o autoexame (que sempre são feitos em combinação) são recomendados para isso.
PONTO: Existem exames mais modernos e eficientes. O melhor método, desde que utilizado com o protocolo completo, é o três em um: a ultrassonografia, a elastografia e a ressonância magnética.
CONTRAPONTO: A ultrassonografia, a elastografia e a ressonância magnética não são exames superados pela mamografia. Eles auxiliam muito na avaliação das mamas, porém sempre após a realização da mamografia.
PONTO: 70% das alterações percebidas na mamografia não evoluem para um câncer invasivo, mas, muitas vezes, ocorre um diagnóstico exagerado e um tratamento excessivo, o que pode fazer a mulher ter outras complicações decorrentes.
CONTRAPONTO: O diagnóstico exagerado e o tratamento excessivo são considerações apenas teóricas, já que não há dados consistentes sobre isso.
PONTO: A mamografia é falha para detectar cânceres causados por mutações genéticas, como no caso da atriz Angelina Jolie. Um estudo indica que a mamografia detectou 37% desses tumores, enquanto o exame de palpação pelo médico chegou a 60%.
CONTRAPONTO: Nas pacientes de alto risco, como as portadoras de mutações como a da atriz Angelina Jolie ou com forte histórico familiar de câncer, é indicada a ressonância, mas sempre combinada a mamografia.
PONTO: A mamografia tem dificuldade para detectar o câncer em mamas densas, característica de quase metade das mulheres. Além do risco de falso negativo, a radiação não penetra adequadamente na mama, diminuindo a capacidade de diferenciar entre o tecido normal e o canceroso.
CONTRAPONTO: A mamografia não é um exame tão efetivo para detectar o tumor nas mulheres que tem mamas densas. Para isso, recomenda-se a ultrassonografia.
DICAS
Confira como e quando é hora de fazer a mamografia:
- Nas mulheres até 40 anos, é recomendada só quando há alto risco de um tumor ou estiver sendo investigada uma patologia na região do seio.
- Para as mulheres abaixo de 40 anos, é recomendado o auto toque e exame médico anual com um ginecologista ou mastologista.
- Em pacientes assintomáticos, a realização é recomendada somente após os 40 anos.
- Entre os 40 e 60 anos, o exame deve ser anual.
- Após os 70 anos, os riscos de desenvolver um câncer diminuem, e a recomendação deixa de ser anual.
- As mulheres devem fazer mensalmente o exame de auto toque, de preferência após a menstruação.
Fonte: mastologistas Maira Caleffi e José Pedrini
É possível detectar um tumor até dois anos antes de ele ser palpável — fator decisivo para a sobrevivência da paciente. Segundo tipo mais frequente de câncer no mundo, e o mais comum entre as mulheres, o câncer de mama tem 95% de chance de cura se diagnosticado precocemente.
O exame é recomendado anualmente para mulheres a partir dos 40 anos. Entre 2011 e 2012, conforme o Ministério da Saúde, o número de mamografias feitas no Brasil passou de 1.839.411 para 2.139.238. Na faixa prioritária, dos 50 aos 69 anos, o aumento foi ainda maior, de 21%.
Mas a mamografia não é unanimidade entre os médicos. Enquanto seus defensores, como o vice-presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, José Luiz Pedrini, garantem que o exame contribui para a redução da mortalidade (em média, cerca de mil pessoas por mês no Brasil), a presidente e fundadora da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, Lucy Kerr, diz que ele pode falhar — e muito.
Autora do artigo "10 razões para não fazer a mamografia", Lucy alega que exames complementares, como a ultrassonografia e a ressonância magnética, apresentam resultados mais efetivos. E lembra que muitos programas de rastreamento já diminuíram o tempo entre os exames de mamografia.
— Um terço dos casos de câncer de mama surge no intervalo entre as mamografias anuais sucessivas. São justamente os tumores mais agressivos diz a médica. —
Ataque e defesa
No artigo "10 razões para não fazer a mamografia", a médica Lucy Kerr, presidente da Sociedade Brasileira de Ultrassonografia, Relaciona possíveis deficiências do exame para detectar o câncer de mama. Confira cinco delas e o contraponto dos médicos que defendem a radiografia do seio.
PONTO: Não detecta as lesões periféricas.
CONTRAPONTO: O exame médico e o autoexame (que sempre são feitos em combinação) são recomendados para isso.
PONTO: Existem exames mais modernos e eficientes. O melhor método, desde que utilizado com o protocolo completo, é o três em um: a ultrassonografia, a elastografia e a ressonância magnética.
CONTRAPONTO: A ultrassonografia, a elastografia e a ressonância magnética não são exames superados pela mamografia. Eles auxiliam muito na avaliação das mamas, porém sempre após a realização da mamografia.
PONTO: 70% das alterações percebidas na mamografia não evoluem para um câncer invasivo, mas, muitas vezes, ocorre um diagnóstico exagerado e um tratamento excessivo, o que pode fazer a mulher ter outras complicações decorrentes.
CONTRAPONTO: O diagnóstico exagerado e o tratamento excessivo são considerações apenas teóricas, já que não há dados consistentes sobre isso.
PONTO: A mamografia é falha para detectar cânceres causados por mutações genéticas, como no caso da atriz Angelina Jolie. Um estudo indica que a mamografia detectou 37% desses tumores, enquanto o exame de palpação pelo médico chegou a 60%.
CONTRAPONTO: Nas pacientes de alto risco, como as portadoras de mutações como a da atriz Angelina Jolie ou com forte histórico familiar de câncer, é indicada a ressonância, mas sempre combinada a mamografia.
PONTO: A mamografia tem dificuldade para detectar o câncer em mamas densas, característica de quase metade das mulheres. Além do risco de falso negativo, a radiação não penetra adequadamente na mama, diminuindo a capacidade de diferenciar entre o tecido normal e o canceroso.
CONTRAPONTO: A mamografia não é um exame tão efetivo para detectar o tumor nas mulheres que tem mamas densas. Para isso, recomenda-se a ultrassonografia.
DICAS
Confira como e quando é hora de fazer a mamografia:
- Nas mulheres até 40 anos, é recomendada só quando há alto risco de um tumor ou estiver sendo investigada uma patologia na região do seio.
- Para as mulheres abaixo de 40 anos, é recomendado o auto toque e exame médico anual com um ginecologista ou mastologista.
- Em pacientes assintomáticos, a realização é recomendada somente após os 40 anos.
- Entre os 40 e 60 anos, o exame deve ser anual.
- Após os 70 anos, os riscos de desenvolver um câncer diminuem, e a recomendação deixa de ser anual.
- As mulheres devem fazer mensalmente o exame de auto toque, de preferência após a menstruação.
Fonte: mastologistas Maira Caleffi e José Pedrini
Zero Hora
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