Brasília – O número de pacientes a espera de um transplante de órgãos e
tecidos caiu 40% em cinco anos. Em 2008, 64.774 pessoas estavam na fila de
espera, em 2013, são 38.759. O balanço foi apresentado ontem (25) pelo Ministério
da Saúde.
De acordo com o ministério, pacientes não têm enfrentado fila de espera por
transplantes de córnea em quatro estados e no Distrito Federal. Com isso, o
número de transplantes de órgãos e tecidos feitos no país caiu 6% no primeiro
semestre de 2013 quando comparado com o mesmo período de 2012. Foram 12.342, em
2012, e 11.569, em 2013. O transplante de córnea responde por quase 60% do total
de transplantes no sistema público.
“A queda de 6% no primeiro semestre foi porque aceleramos o número
transplantes e, com isso, zeramos a fila em estados que tinham a maior
participação no transplante de córnea. Precisamos continuar zerando as filas de
transplante de córnea e, combinado com isso, podemos manter essa elevação de
transplante de outros tipos de órgãos”, explicou o ministro da Saúde, Alexandre
Padilha.
Em Pernambuco, no Paraná, no Rio Grande do Sul, em São Paulo e no Distrito
Federal, não há mais fila de espera para o procedimento de córnea, de acordo com
o ministério. Em sete estados, o tempo na fila por transplante de córnea foi
reduzido. Os dados mostram também queda na quantidade de pessoas aguardando por
transplantes, de 64.774, em 2008, para 38.759 em 2013.
Apesar da queda no resultado total, houve aumento de transplantes de alguns
órgãos em relação aos primeiros semestres de 2013 e de 2012. O transplante de
pulmão cresceu 113%, e o de medula óssea 13%. Os órgãos sólidos (pulmão,
coração, pâncreas, rim e fígado) apresentarem alta de 3,8%, no mesmo período de
comparação.
Padilha destacou que a descentralização dos transplantes das regiões Sudeste
e Sul do país está entre os fatores responsáveis pelos dados positivos. “Em
2010, os transplantes eram muito concentrados em estados do Sul e Sudeste do
país e agora começamos a caminhar para a descentralização. Estados que não
faziam transplante de fígado, rim, coração, começaram a fazer”, disse.
Para o presidente da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO),
José Osmar Medina, é preciso melhorar a estrutura em estados como Bahia, Mato
Grosso e Maranhão. "O desafio principal é você aprimorar a logística do programa
de transplante, corrigir as disparidades geográficas em estados como Bahia, Mato
Grosso e Maranhão que tem número pequeno de transplantes. E também fazer com que
todo brasileiro se manifeste em relação à doação de órgãos após a morte, se ele
é favorável ou não", disse.
“O Brasil é o segundo país do mundo em transplantes, tem um sistema muito bem
estruturado e justo que aloca o órgão doado ao primeiro da fila ou àquele que
tem compatibilidade”, destacou.
O Sistema Único de Saúde (SUS) é o responsável por 95% dos transplantes
feitos no país. O ministério lançou hoje campanha para estimular a doação com o
lema Não Deixe a Vida se Apagar. O protagonista da campanha é uma criança de 7
anos que recebeu um transplante de coração aos 7 meses.
Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário