O Brasil tem hoje o terceiro maior número de doadores de medula óssea do mundo, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), órgão que pertence ao Ministério da Saúde.
Com mais de 3 milhões de doadores inscritos, o País perde apenas para os Estados Unidos, que conta com quase 7 milhões de cadastrados, e para a Alemanha, com 5 milhões. Porém, apesar de o número ser positivo, a demanda de pacientes que precisam de medulas compatíveis é crescente, assim como as dúvidas sobre a doação.
A hematologista do Hospital São Camilo Pompeia, Maria Cristina Almeida Macedo, explica que, para ser doador, é preciso se cadastrar no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (REDOME). A médica simplifica o assunto e explica quem tem perfil para doador e como são os procedimentos para o transplante.
Como se tornar um doador?
Procure o hemocentro da sua cidade, onde será realizado o cadastro com seus dados pessoais e a coleta de uma amostra de sangue retirado do braço. A amostra passará por um processo de tipificação, que levantará as características genéticas de compatibilidade. A partir daí, o doador recebe um número (semelhante a um código de barras) que o identificará no banco de medula.
Quem pode ser doador?
O doador deve ter entre 18 e 55 anos e não ter histórico de doenças infectocontagiosas ou de câncer. As mulheres não podem doar durante a gravidez. Os critérios são semelhantes aos de uma doação de sangue.
Fui chamado. E agora?
O REDOME realiza a análise de dados e identifica possíveis doadores compatíveis. A pessoa cadastrada é convocada e tem a liberdade de decidir se, de fato, fará a doação voluntária. Aqueles que optarem por continuar no processo devem comparecer ao hemocentro de referência para realizar a complementação e confirmação do exame de histocompatibilidade humana (HLA), que comprova a compatibilidade. Além disso, é realizado um check-up para verificar o estado de saúde do doador.
Como ocorre o transplante?
Após a confirmação dos exames de compatibilidade e do estado de saúde do voluntário, a doação é realizada em um centro para transplantes de medula óssea. Hoje, de acordo o INCA, o Brasil conta com 26 centros completos que realizam todos os tipos de transplante, incluindo doadores não aparentados, isto é, que não fazem parte da família.
A pessoa decide por duas maneiras de realizar a doação:
1) por meio do sangue periférico (que é similar a uma doação de sangue convencional) - nesse caso, o doador toma um medicamento por cinco dias para estimular a liberação das células tronco hematopoiéticas (células que produzem o sangue) para que possam ser coletadas;
2) pela retirada da medula por meio de punções na bacia - esse procedimento costuma utilizar anestesia peridural (a mesma utilizada em partos) ou anestesia geral, de acordo com a escolha do doador.
Em quanto tempo acontece a recuperação?
O doador pode retomar suas atividades normalmente 24 horas após o transplante. Apenas em casos em que a pessoa realize trabalho com esforço físico intenso, o tempo de repouso deve ser um pouco maior. As células doadas se regeneram em pouco menos de 15 dias, por isso o doador pode permanecer cadastrado no banco de medulas para outros transplantes, caso haja novamente a compatibilidade.
Saiba qual é o hemocentro mais próximo de você.
*A Drª Maria Cristina Almeida Macedo é doutora em Hematologia e responsável técnica do Centro de Transplantes de Medula Óssea (TMO) do Hospital São Camilo Pompeia.
Informação para a Imprensa
Ketchum
Nara Zarino - nara.zarino@ketchum.com.br (11) 3677-4458
Juliana Fernandes - juliana.fernandes@ketchum.com.br (11) 5090-8900 ramal 8999
MAXPRESS
Nenhum comentário:
Postar um comentário