Novo Hamburgo - No meio da palestra, ele não conseguiu mais falar. As palavras não saíam. Com a língua dormente e o coração acelerado, começou a suar frio. Já sabia o que estava acontecendo, pois não era a primeira vez. Aos 22 anos, o músico e produtor cultural Júnior Garcia teve um princípio de infarto. Aos 26, teve outro, mais grave. “Estava acostumado a passar mal. Na primeira vez, achei que não fosse nada de mais.”
A rotina de pouco sono, má alimentação, excesso de peso, sedentarismo e estresse cobrou seu caro preço. “Na minha primeira consulta com um cardiologista, minha pressão estava a 27 por 19. No limite”, conta. Na época, Júnior, que mede 1,79m, pesava 100 quilos. A reversão do quadro pediu mudanças radicais, capitaneadas por uma reeducação alimentar completa: “Eu chegava a comer só uma vez por dia, descontroladamente”, explica.
A alimentação, no entanto, é apenas um dos pilares que sustentam uma vida saudável, defende o cardiologista Luiz Carlos Bodanese. Segundo ele, uma boa alimentação pode controlar dois fatores de risco: a obesidade e o colesterol. Também é preciso ficar atento ao histórico familiar de doenças, controlar o estresse, fazer atividades físicas e evitar o fumo. “Se a pessoa for exposta a dois ou mais desses fatores de risco, aumenta muito a predisposição a problemas cardíacos”, explica Bodanese.
A observação desses fatores de risco deve ocorrer em qualquer idade. Se existem idosos com um “coração de garoto”, também jovens com “coração de velho”. Júnior, aos 22 anos, estava exposto ao excesso de peso, estresse e um histórico familiar de problemas de pressão. Segundo Bondanese, é possível detectar, a partir de exames, uma deterioração no coração.
Siga este ritmo
- O tabagismo é um vilão. Médicos recomendam não fumar, mesmo que com pouca frequência.
- Uma boa alimentação começa por um bom cardápio. Nesse caso, a disciplina é importante para se manter na linha.
- Faça cinco ou seis refeições por dia, e tente comer alimentos de, pelo menos, cinco cores diferentes.
- Pessoas que sofrem de enxaqueca com aura (quando vê luzes e formas geométricas), principalmente se fumam, o risco de AVC se torna muito maior. Nesse caso, uso de anticoncepcionais orais também aumentam o risco.
- Famílias com histórico de doenças são o primeiro alerta. Nesse caso, o acompanhamento deve começar mais cedo e ser mais constante.
- Preste atenção nos rótulos dos alimentos. Eles têm informações importantes que podem lhe ajudar a escolher o que comer.
- Tente diminuir o estresse. Ele contribui para doenças cardiovasculares, neurológicas e até para o câncer.
Fontes: Oncologista Carlos Barrios, Cardiologista Luiz Carlos Bodanese, Neurologista Maurício Fredrich, Nutricionista Sônia Linden.
Jornal de Gramado
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