Kit criado na Unicamp detecta a mutação que provoca o surgimento de vários tipos de câncer em um mesmo paciente. Mais rápido e barato, o procedimento poderá ser incluído no exame de rastreamento que é obrigatório em recém-nascidos
A possibilidade de mapear, na primeira infância, mutações hereditárias que podem desencadear cânceres pode estar perto de ser uma realidade do Sistema Único de Saúde (SUS). Essa é a intenção de um grupo de pesquisadores da Universidade de Campinas (Unicamp), que desenvolveu um kit para a detecção de mutação genética ligada à doença.
A nova tecnologia poderá ser integrada ao teste do pezinho e ajudar os oncologistas a detectar as doenças ligadas à síndrome de Li-Fraumeni — caracterizada pela ocorrência de vários tumores em um mesmo paciente — antes mesmo de elas se manifestarem.
O projeto foi desenvolvido no Centro Infantil Boldrini, hospital filantrópico especializado em oncologia e hematologia pediátrica. A tecnologia possibilita a rápida identificação da mutação R337H do gene TP53 e em grande escala.
O projeto foi desenvolvido no Centro Infantil Boldrini, hospital filantrópico especializado em oncologia e hematologia pediátrica. A tecnologia possibilita a rápida identificação da mutação R337H do gene TP53 e em grande escala.
A alteração está ligada à síndrome de Li-Fraumeni, condição hereditária rara caracterizada pelo aparecimento de vários tumores em uma única pessoa. “Pelo menos 70% dos casos de câncer são de origem esporádica e aparecem quando a pessoa está mais velha, aos 60 ou 70 anos. Mas, quando a mutação está presente também nas células sexuais dos pais, o bebê pode nascer com todas as células do corpo portadoras da mutação”, explica Antônio Abílio Pereira da Santa Rosa, oncogeneticista do Hospital Federal de Bonsucesso e da Oncoclínica, no Rio de Janeiro.
Correio Braziliense
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