Foto: Traci Hardig/AP Kali Hardig, de 12 anos, em imagem feita em abril pela família, nos EUA |
A menina americana Kali Hardig, de 12 anos, foi nadar pela primeira vez nesta sexta-feira (6) após contrair uma ameba que "come" o cérebro, informou a agência Associated Press. Os médicos acreditam que ela tenha contraído a rara e perigosa doença enquanto nadava em um parque aquático, no começo do verão nos EUA.
Na última semana, foi noticiado que a adolescente internada desde julho no Hospital Infantil do Arkansas, em Little Rock, tinha voltado a falar algumas palavras. Até então, ela estava em coma induzido.
Na ocasião foi divulgado que ela também já podia ingerir alguns alimentos e líquidos.
A mãe de Kali, Traci Hardig, tem acompanhado toda a luta da filha contra o parasita Naegleria fowleri, que quase sempre causa uma infecção fatal nas meninges (membranas que revestem e protegem o sistema nervoso central).
Há algumas semanas, a garota teve o corpo resfriado para tentar reduzir o inchaço, foi tratada com um medicamente usado normalmente para câncer de mama e mantida sob ventilação mecânica por mais de 15 dias.
Desde então, Kali fez "progressos incríveis", avaliam os médicos, o que inclui respirar por conta própria, escrever o próprio nome e responder a perguntas. Exames também não mostram mais sinais da ameba no organismo.
A menina ainda terá algumas semanas de recuperação pela frente, mas a família já comemora sua vitória
N o dia 26, o americano Zachary Reyna, de 12 anos, morreu na Flórida após pegar esse mesmo parasita enquanto brincava com amigos em uma vala perto de casa.
Entenda o caso
Kali Hardig, que vive em um subúrbio perto da cidade de Benton, no Arkansas, foi diagnosticada em julho. Segundo o médico Mark Heulitt, um dos especialistas que atendem a paciente, há relatos de apenas dois sobreviventes a essa doença até agora – um nos EUA e outro no México. Kali, portanto, pode ser a terceira.
Kali Hardig, que vive em um subúrbio perto da cidade de Benton, no Arkansas, foi diagnosticada em julho. Segundo o médico Mark Heulitt, um dos especialistas que atendem a paciente, há relatos de apenas dois sobreviventes a essa doença até agora – um nos EUA e outro no México. Kali, portanto, pode ser a terceira.
No dia 19 de julho, a mãe da garota – que luta contra um câncer de mama – levou a filha com febre alta para o Hospital Infantil do Arkansas. Para as autoridades de saúde americanas, o sucesso de Kali se deve em grande parte à detecção e ao diagnóstico precoces da doença, e a um tratamento experimental.
Foto: Danny Johnston/AP Traci Hardig, mãe de Kali, está confiante na recuperação da filha |
Desde 1962, foram relatados cerca de 130 casos dessa forma de meningite (chamada meningoencefalite amebiana primária) nos EUA, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do país.
Como a ameba age
A Naegleria fowleri é frequentemente encontrada em água doce, como lagos, rios e nascentes de água quente. Esse parasita nada livremente e, em geral, entra no corpo pelo nariz, enquanto as pessoas nadam ou mergulham. Ele pode, então, chegar até o cérebro e causar uma infecção devastadora.
A Naegleria fowleri é frequentemente encontrada em água doce, como lagos, rios e nascentes de água quente. Esse parasita nada livremente e, em geral, entra no corpo pelo nariz, enquanto as pessoas nadam ou mergulham. Ele pode, então, chegar até o cérebro e causar uma infecção devastadora.
Os sintomas iniciais costumam começar dentro de um a sete dias e podem incluir dor de cabeça, febre, náusea e vômitos. A doença progride rapidamente, e outros sinais comuns são rigidez no pescoço, confusão, perda de equilíbrio, convulsões e alucinações. Além disso, a infecção destrói o tecido cerebral e pode causar edema (acúmulo de líquido) e morte.
G1
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