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segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Estudo da USP combina antibióticos para combater infecções hospitalares

Projeto pode ser alternativa para a prevenção de complicações nos quadros clínicos dos internados
Foto: Ministério da Saúde
Projeto pode ser alternativa para a prevenção de complicações
nos quadros clínicos dos internados
Foram desenvolvidas 30 combinações diferentes. A combinação polimedicina foi escolhida para testes em ratos
 
Experimentos realizados com camundongos mostraram que é possível combinar diferentes antibióticos para obter resultados mais definitivos no combate à infecções hospitalares. O estudo, realizado na Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, aparece como uma alternativa ao uso solitário de medicamentos para combater esse tipo de infecção.

A ideia surgiu depois que a biomédica Micheli Medeiros observou que faltam medicamentos eficazes contra alguns tipos de bactérias. "Existem algumas variedades de bactérias que são multirresistentes, que possuem resistência a mais de um antibiótico", conta. "Um dos motivos para o surgimento dessas "superbactérias" é proveniente do uso excessivo e indiscriminado desses medicamentos", afirma a pesquisadora.

Foram realizadas uma série de testes e combinações em laboratório visando o tratamento contra um tipo da bactéria chamada Acinetobacter baumannii, muito comum no meio hospitalar e que apresenta alto índice de resistência a medicamentos. Foram desenvolvidas em laboratório, na fase de triagem, 30 combinações diferentes de antibióticos. Destas, 14 tiveram resultados mais satisfatórios. Uma das combinações foi escolhida para dar andamento às pesquisas.

Na segunda fase, os camundongos-cobaias foram divididos em cinco grupos, todos eles apresentando um grau de infecção elevado. O primeiro deles teve a injeção de salina. O segundo foi tratado com a combinação escolhida na primeira fase do estudo, o polimedicina, numa concentração tida como satisfatória. O terceiro grupo recebeu doses do outro antibiótico selecionado, o emipenem. Um quarto grupo foi submetido ao tratamento da combinação de ambos os antibióticos e o último grupo não recebeu qualquer tipo de medicação. "Fizemos um tratamento durante três dias, injetando as doses a cada 12 horas", descreve Micheli.

Os resultados do tratamento mostraram que, separadamente, os antibióticos não apresentavam uma ação eficaz contra a bactéria. Já na utilização conjunta, as drogas atuavam de forma satisfatória e se mostraram potencialmente eficazes.

Micheli estudou o tema na pesquisa de mestrado com o título "Avaliação in vitro e in vivo de efeitos sinérgicos de antibacterianos para o tratamento de infecções por Acinetobacter baumannii multirresistentes produtoras de carbapenemases tipo OXA endêmicas no Brasil".

Aplicação em humanos
Micheli acredita que o projeto tem potencial para evoluir para a fase de testes em humanos, e que os próximos passos dependem de uma série de investimentos e de aprovações médicas para uso clínico. Segundo ela, o uso combinado de antibióticos "possui vários benefícios para o paciente, diminuindo, por exemplo, a concentração de medicamentos utilizados durante o tratamento".

A pesquisadora ressalta ainda que, em alguns tratamentos, se utilizam uma quantidade muito elevada de antibióticos, o que contribui para aumentar a toxicidade no organismo dos pacientes. "Isso acaba causando outros problemas futuros de saúde, que pode variar desde complicações nos rins até o comprometimento do aparelho auditivo. Nesse sentido, o projeto acaba atuando como alternativa para a prevenção de complicações nos quadros clínicos dos internados, contribuindo para o controle das infecções dentro do hospital", completa.
 
Isaude.net

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