Secretaria Municipal de Saúde (SMS) confirmou a doença em julho, mas manteve o caso em sigilo |
Informações dadas ao DIÁRIO apontam que outros dois casos, também em haitianas, foram identificados. Porém, os órgãos da saúde pública alegaram desconhecê-los.
De acordo com a SMS, por se tratar de uma doença transmissível e sem registros de notificações no Estado, 45 pessoas que conviveram com a haitiana estão passando por investigação laboratorial. Haitianos e brasileiros, que entraram em contato com a doente no período que ela esteve abrigada na Casa do Migrante, tiveram amostras de sangue coletadas e enviadas para um laboratório em Minas Gerais.
A filariose ou elefantíase não é transmitida entre seres humanos. O transmissor é o mosquito conhecido popularmente como pernilongo, comum no país e que tem outras denominações como aedes, palha, tatuquira, asa branca, cangalinha.
O inseto pica a pessoa infectada e hospeda o verme causador da doença, podendo contaminar a próxima pessoa que picar. A infecção atinge o sistema linfático, bloqueando os vasos e fazendo com que as pessoas acometidas passem a apresentar sinais deformidade nos membros.
Se descoberta na fase inicial, a maioria não chega a desenvolver a elefantíase, forma mais grave da doença, caracterizada pelo inchaço e ferida de membros como pernas. Nos homens, também pode causar deformações nos testículos.
Em ambos, mulher e homem, chegam a causar incapacidade definitiva para o trabalho e outras atividades cotidianas. Também provoca febre, dor de cabeça e mal-estar. No caso específico da haitiana, o diagnóstico aconteceu quando ela já apresentava inchaços, mas ela está em tratamento, não com internação, mas assistida pelo Hospital Universitário Júlio Muller(HGU).
A assessoria da SMS informou que o caso da haitiana foi diagnosticado em julho, mas a secretaria, HUJM e técnicos decidiram que o manteria em sigilo como forma de evitar que os haitianos fossem vítimas de preconceito ou até que deixasse de buscar assistência médica-hospital por medo de serem hostilizados.
De acordo com a OMS, há no mundo cerca de 120 milhões de pessoas infectadas e 40 milhões que desenvolveram elefantíase. A Índia e o continente africano registram o maior número de casos. No Brasil, existem cerca de 49 mil. As cidades de Recife, Belém e Manaus contabilizavam mais casos.
Diário de Cuiabá
Nenhum comentário:
Postar um comentário