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quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Antibióticos: a importância do uso consciente

Além da necessidade de serem receitados por um médico, esses medicamentos precisam ser administrados no horário correto.
 
"Tomem cuidado, não tomem antibióticos", ensinam as crianças de 13 anos aos pais e às mais novas nas escolas britânicas. Essa é a nova campanha nacional que vai ser lançada na Inglaterra, a partir do ano que vem. "O objetivo é que as crianças voltem para casa e contem aos pais o que elas aprenderam e assim repassem o conhecimento", explicou, em nota, Donna Lecky, pesquisadora de saúde pública do governo do Reino Unido. Lá, o consumo desse tipo de remédio não pára de crescer.
 
Mas por que ser tão cauteloso quanto aos antibióticos? É simples. Ingeri-los sem necessidade faz com que as bactérias que vivem em harmonia em nosso organismo - como as da flora intestinal - sejam exterminadas. Em equilíbrio, elas não causam problemas à nossa saúde. Mas, quando o remédio é ingerido indiscriminadamente, uma parte dos micróbios morre e os sobreviventes, que não são sensíveis ao medicamento, se fortalecem e se impõem, podendo desencadear doenças. Mas não se desespere: o risco só existe quando o antibiótico é tomado sem necessidade com frequência.
 
Tenha disciplina no tratamento
Além de só medicar seu filho em casos de real necessidade, siga à risca os horários estipulados pelo médico. "Os especialistas levam em conta a vida média do antibiótico na corrente sanguínea. Se ele precisa ser tomado de oito em oito horas, é porque, após esse período, a quantidade de medicamento no organismo irá diminuir", explica o pediatra Hamilton Robledo, do Hospital São Camilo (SP). Essa é a oportunidade perfeita de a bactéria criar mecanismos de defesa e superar a ação do antibiótico.
 
Por isso, se ocorrer algum imprevisto e você atrasar uma das doses, não adie a seguinte. Por exemplo: o correto seria dar o antibiótico para a criança às 8 horas, 16 horas e 24 horas. Caso você atrase e dê a segunda dose às 17 horas, mantenha o horário das 24 horas. A mesma disciplina é importante no que se refere à duração do tratamento. Mesmo que os sintomas desapareçam antes, administre o antibiótico até o último dia indicado pelo pediatra. Só assim todas as bactérias serão exterminadas e a doença, curada.
 
Para evitar que as pessoas comprem antibióticos sem prescrição médica, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) estipulou uma norma, em outubro de 2010: esse tipo de droga só pode ser vendida com receita. Uma das vias fica retida na farmácia e outra é entregue ao consumidor, com um carimbo que impede a reutilização do documento. De lá para cá, segundo a empresa IMS Health Brasil, que faz pesquisa para a indústria farmacêutica, a venda de antibióticos teve uma queda, passou de 94 para 92 milhões embalagens, mas a partir de 2011 só aumentou, passando de 105 milhões.
 
Apesar desse aumento, os especialistas afirmam que a compra, agora, é muito mais controlada, já que tem o aval do médico. Desde abril deste ano, passou a ser obrigatório, também, que todas as drogarias disponham do Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC). Quando você comprar um antibiótico, precisará informar a idade, o sexo e o nome do paciente. "O sistema vai montar um banco de dados que pode ajudar a estabelecer, em longo prazo, estatísticas sobre o uso do remédio no Brasil", esclarece Rafael Filiacci, coordenador do SNGPC da Anvisa.
 
Uso responsável
É sempre bom lembrar: o procedimento de retenção de receitas vale para os antibióticos, mas não é por isso que você deve driblar o sistema e comprar, por conta própria, anti-inflamatórios de venda livre, na tentativa de contornar a crise. "Eles não combatem as bactérias e, portanto, não resolvem o problema. Ainda podem gerar desconforto gastrointestinal e alergia", alerta Gerson Matsas, pediatra do Hospital Samaritano (SP). O remédio pode mascarar os sintomas e dificultar o diagnóstico da doença. O fato de a febre desaparecer, por exemplo, não significa que seu filho esteja curado.
 
Portanto, não se esqueça: ao notar qualquer desconforto da criança, o correto é procurar ajuda médica. O especialista fará uma avaliação clínica e só receitará o antibiótico se encontrar o foco infeccioso da bactéria. É claro que, em casos de emergência, você deve procurar o pronto-socorro.
 
Mas sempre tente falar antes com o pediatra, que já conhece seu filho. "Ele poderá fazer um acompanhamento constante e reavaliar o paciente depois da consulta", aconselha Matsas. Nada como poder ligar para o médico no dia seguinte e tirar suas dúvidas, não é mesmo?
 
Revistacrescer.com

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