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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Diabetes: má alimentação e estilo de vida são vilões da doença

Número de portadores de diabetes deverá subir dos 13,4
milhões atuais para 19,6 milhões em 2030
No Brasil, serão quase 20 milhões de brasileiros diabéticos até 2030 
 
Ano após ano, o número de pessoas diagnosticadas com diabetes só aumenta. A previsão da ciência e dos especialistas é bastante pessimista. Hoje, em todo o mundo, 382 milhões são portadores da doença, segundo dado deste ano da IDF (Federação Internacional do Diabetes). Em 2035, a estimativa é que este número salte para 592 milhões. Em 2000, havia 177 milhões de diabéticos no planeta.  
 
No Brasil, a situação é a mesma. O número de portadores de diabetes deverá subir dos 13,4 milhões atuais para 19,6 milhões em 2030. O crescimento deve ser de 58% em apenas 20 anos, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). O País é o quarto em número de diabéticos no mundo, só perde para China, Índia e Estados Unidos. Não pense que você não poderá fazer parte desse grupo.
 
Além da hereditariedade, o estilo de vida e a má alimentação são os dois grandes vilões para se desenvolver o diabetes, de acordo com os especialistas ouvidos pelo R7.
 
Doença crônica da modernidade, a obesidade é um dos principais fatores para o desencadeamento do diabetes tipo 2, conforme explica o endocrinologista Balduíno Tschiedel, presidente da SBD (Sociedade Brasileira de Diabetes).
 
— A obesidade está aumentando por causa do estilo de vida. As pessoas cada vez menos precisam fazer esforço físico para exercer as atividades do dia a dia, isso por conta dos avanços tecnológicos. Elas exercem menos atividade física e as porções de alimentos estão aumentando. Há mais gordura, mais açucares para o alimento ficar cada vez mais chamativo.
 
Além da oferta em abundância de verdadeiras “bombas calóricas”, o presidente da SBD chama atenção para a facilidade de acesso. Segundo ele, a vida corrida leva muita gente a trocar um prato saudável por uma alimentação fast food recheada de gordura e muito açúcar.
 
— Gostoso e barato: quem não quer? Antigamente, a oferta era longínqua. Basta ver fotos de 20, 30, 40 anos atrás. O índice de massa corporal era bem menor do que de hoje. Com R$ 1 você compra um salgado, em qualquer lugar do País. Isso é algo muito difícil de combater. Não vejo luz no fim do túnel, não devemos desistir.
 
Assim como Tschiedel, o presidente da Adiabc (Associação de Diabetes do ABC) e coordenador da campanha do Dia Mundial do Diabetes da SBD, Márcio Krakauer, diz que “não há expectativa de se reduzir o número de pessoas com diabetes”.
 
— A indústria de alimentos atua fortemente em propagandas de produtos não saudáveis, atraindo a atenção da população e o consumo exagerado. Diante deste cenário, fica muito difícil ser otimista em relação á redução da obesidade e diabetes.
 
Apesar de ter 90% dos portadores de diabetes ser do tipo 2, o número de pessoas com diabetes tipo 1 curiosamente também está aumentando em todo mundo, segundo Tschiedel. De acordo com dados da IDF, 79 mil crianças nascem portadora desta doença todos os anos em todo o mundo. Vale ressaltar que 90% de quem sofre com a doença é portador do tipo 2.
 
— Não se sabe exatamente porque, talvez algum componente na alimentação que esteja provocando o corpo. Há várias possibilidades, produtos na alimentação, a questão da vacinação excessiva, já que hoje existem vacinas para tudo. Não sabemos....há vários estudos.
 
Conscientização para vida saudável
Apesar de pessimista em relação ao prognóstico para o futuro, o presidente da SBD afirma que há esperança para a mudança no avanço da obesidade e do diabetes.
 
— Acho que é muito difícil combater, não há fórmula, mas é necessário ter rede de imprensa, com igrejas, entidades médicas agindo em conjunto claro, com ajuda do governo, para mudar. É necessário fazer campanhas inteligentes e começar, por exemplo, com a mudança na merenda escolar que pode ser feita com menos gorduras e açúcares.
 
Além dos cuidados com alimentação e incluir exercícios físicos na rotina, o ginecologista e obstetra Abner Leão alerta para o diagnóstico precoce da doença.
 
— Diabetes é terrível, e é uma doença silenciosa, mas controlável. Muita gente não sabe que tem. Quando viu já perdeu o olho ou outras coisas terríveis já aconteceu. Por isso, é necessário fazer o diagnóstico precoce.
 
Diabetes tipo 1 X tipo 2
O diabetes tipo 1 geralmente é diagnosticado na infância ou adolescência e representa 10% de todos os casos da doença. Como o pâncreas não produz insulina, é preciso administrá-la por meio de injeções diárias do hormônio. Além do medicamento, a prática de atividade física e uma alimentação balanceada também fazem parte do tratamento, reforça Krakauer.
 
—  A maioria dos casos de diabetes é caracterizada como tipo 2. A doença costuma dar os primeiros sinais depois dos 40 anos, em indivíduos sedentários e bem acima do peso. Os quilos extras fazem com que o corpo não utilize a insulina de forma correta, ou seja, a gordura abdominal impede que o hormônio funcione normalmente. Esta situação é chamada de resistência à insulina.
 
Além da dieta alimentar, os comprimidos e, às vezes, a insulina, ao lado da prática regular de atividade física entram em cena. O diabetes tipo 2 é mais prevalente na população, representando 90% de todos os casos da doença.
 
— Embora mais comum em adultos, as crianças também podem desenvolvê-lo, especialmente se tiverem pais com diabetes. Caso estejam acima do peso, não pratiquem exercício físico e mantenham as refeições baseadas em fast-food e outros alimentos ricos em carboidratos, açúcares e gorduras, o risco aumenta ainda mais.
 
Diabetes gestacional
Acontece quando as taxas de glicose se elevam pela primeira vez durante a gestação. É possível ter uma gravidez tranquila desde que a futura mamãe mantenha uma alimentação saudável e pratique exercício físico. O diabetes tende a desaparecer ao final da gestação, mas existe o risco dele retornar em outras gestações ou ainda se instalar de vez com o passar dos anos.

R7

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