Médico diz que há risco de transmissão de doenças virais pelo sistema de ventilação
O período de férias está chegando e com tantos detalhes, a saúde acaba esquecida e muitos pacientes viajam sem tomar as devidas precauções. Para quem vai fazer viagens longas, especialmente de avião, todo cuidado é pouco para não levar um susto durante o vôo, de acordo com Igor Bastos Polonio, membro da diretoria da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia e médico assistente da Clínica de Pneumologia da Santa Casa de São Paulo. Estudos realizados em diversos países atestam que a qualidade do ar dentro dos aviões é geralmente inadequada e favorece o aparecimento ou agravamento de diversos males.
— Apesar de pequeno, existe risco de transmissão de doenças virais pelo sistema de ventilação dos aviões. Em épocas de epidemia como a de gripe, pacientes com doenças respiratórias crônicas devem ter precaução e procurar seu médico antes de viajar.
Aliados à má condição atmosférica nas alturas, estão a baixa umidade relativa do ar, efeitos do ressecamento causado pelos potentes ar-condicionados. Isso acontece porque, ao passar pelas turbinas, o ar é elevado a altas temperaturas para depois ser resfriado e transferido para dentro da aeronave. O médico explica que o risco é maior para quem já sofre de doenças respiratórias, que fica sujeito à crise de asma, rinite ou doença pulmonar obstrutiva crônica.
— Aqueles pacientes que dependem de oxigênio devem aumentá-lo de 1 a 2 L/minuto durante o vôo, para manter a saturação de oxigênio maior ou igual a 92 %. Em alguns casos específicos, pode ser importante que o paciente tenha um oxímetro portátil, que permite controlar os níveis de oxigênio, que variam conforme a pressurização da cabine.
Nestes casos, a tripulação deve ser avisada e os medicamentos, tanto de manutenção como de emergência, mantidos ao alcance durante todo o trajeto.
— Para isso, a orientação prévia de um pneumologista é imprescindível, inclusive para saber como proceder em uma emergência.
De acordo com o especialista, jamais tome remédios sem indicação médica, mesmo na tentativa de reduzir o mal-estar. Diuréticos e bebidas alcoólicas, por exemplo, podem potencializar os problemas.
R7
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