Hormônios e alimentação podem provocar inchaço por retenção de líquido |
As mulheres sempre acham que têm. A retenção de líquido é pouco entendida, e muito divulgada. Por vezes, justifica (ou camufla) ou quilos a mais na balança. Segundo especialistas, de fato, a incidência no sexo feminino é alta, mas não crônica a ponto de manter o peso sempre elevado.
Fábio Haddad, cirurgião vascular da Beneficência Portuguesa de São Paulo, revela que a retenção de liquido é freqüente às vésperas do período menstrual, provocada pelos hormônios estrógeno e progesterona. Nessa época, o inchaço e o aumento do peso são comuns – consequências da retenção. Dois dias após o inicio da menstruação, parte dessa água retida já é eliminada.
Diferenciar inchaço de gordura é simples e não requer nenhum conhecimento específico. Ruth Clapauch, vice-presidente do Departamento de Endocrinologia Feminina e Andrologia da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que a retenção ocorre quando a água sai das células, dos vasos e vai para a periferia, em baixo da pele. O sintoma é visível e se reflete no corpo todo.
“Basta uma simples pressão dos dedos contra o osso da perna para ver a formação de uma marquinha. Se ele aparece, é sinal de retenção. Marcas da costura das roupas na pele também revelam excesso de líquidos. A água pesa e pode fazer uma pequena diferença na balança, mas isso não é permanente. Um quilo na época da menstruação é normal.”
Além da questão hormonal, o excesso de sal na alimentação, ou consumo de alimentos industrializados – como sopas e caldos prontos – exigem mais água para serem absorvidos, e podem provocar o acúmulo de líquidos no organismo. No verão, o processo também tende a ser mais freqüente.
Tais fatores, porém, aponta Haddad, representam um quadro normal e cíclico. “Todos os dias estamos sujeitos a reter mais ou menos líquido. No verão, esse quadro se intensifica, o calor também provoca inchaços. Exercícios físicos diários ajudam a manter o problema distante.”
Quando o inchaço está associado a alguma doença, o tratamento exige cuidados maiores e acompanhamento médico. A retenção de líquido pode ser conseqüência de problemas cardíacos, renais ou provocada por varizes e doenças vasculares. Nesses casos, os especialistas aconselham repousar com as pernas levemente elevadas, duas ou três vezes ao dia, durante 30 minutos. Alem disso, é recomendável o uso de meia-elástica, caminhadas diárias e, se necessário, tratamento com diuréticos.
Drenagem linfática
Vendida como uma grande aliada da beleza, as sessões de drenagem linfática tendem a combater a retenção de líquido e aliviar o inchaço. Fabio Haddad explica que a massagem ajuda a conduzir o excedente de líquido para o sistema urinário. Entretanto, o procedimento, mesmo que recomendado semanalmente pelos especialistas, não representa a cura para o problema.
"É uma solução paliativa. Só a drenagem não resolverá o problema e não evitará que a retenção aconteça, mas ajuda a tratar" diz.
Água com menos sódio
Vendida como um antídoto natural contra a retenção de líquidos, a água com menos sódio não ajuda a evitar inchaços no corpo. Na avaliação dos especialistas, a quantidade de sódio na água pouco influi no problema como um todo.
“Não há nada comprovado em relação a isso. A quantidade de sódio na água é muito baixa. Alimentação sem sal é muito mais relevante do que a quantidade de sódio na água”, assevera Haddad.
Beber muita água durante o dia é fundamental, mas não há correlação entre hidratação constante e retenção de líquidos. “Beber um litro de água por dia é importante para manter o corpo hidratado, mas em nada interfere na retenção de líquidos”, finaliza o médico.
iG
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