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sexta-feira, 28 de fevereiro de 2014

Estudo revela impacto do descarte de resíduos industriais em SP

Foto: Reprodução da internet
As indústrias localizadas na região metropolitana de São Paulo descartam ilegalmente, a cada hora, cerca de dez milhões de litros de efluentes industriais em mananciais (rios e lagos) dos municípios paulistas, com graves prejuízos ao meio ambiente e à saúde da população, revela estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV).
 
Isso equivale a dizer que, todo dia, dois lagos do Parque do Ibirapuera cheios de resíduos industriais tóxicos são lançados ilegalmente na natureza, sem tratamento adequado. O prejuízo causado por esse lançamento é comparável ao esgoto residencial não tratado gerado por 11,9 milhões de habitantes.

O estudo, inédito, foi realizado pelo Grupo de Economia da Infraestrutura e Soluções Ambientais, da FGV, coordenado por Gesner Oliveira, ex-presidente da Sabesp e professor da fundação. O levantamento foi apresentado nesta quinta-feira, 27, em seminário na FGV, que contou com a presença de vários especialistas e autoridades ligadas ao meio ambiente e empresas de saneamento.

Intitulado "Descarte ilegal de efluentes industriais na Região Metropolitana da São Paulo", o estudo faz um amplo diagnóstico da situação nos 39 municípios da região e propõe soluções para equacionar o problema, como fortalecimento da Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb), responsável pela fiscalização desse descarte ilegal, protocolo de cooperação entre a entidade ambiental paulista e sociedade civil, criação de uma selo de lançamento sustentável e atuação mais ativa do Ministério Público estadual - entre outras medidas.

"É paradoxal que na Região Metropolitana de São Paulo, onde o 'stress' hídrico é comparável à de algumas regiões do sertão nordestino, continuemos a poluir nossos mananciais com efluentes tão perigosos. Esse descarte obriga as concessionárias de saneamento a captarem água a mais de 80 km da capital a custos elevadíssimos. Equacionar essa questão certamente poderia reduzir o risco de desabastecimento de água na região", afirmou o professor Gesner Oliveira.
 
Estadão

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