Foto: Cedoc/RAC Três morreram em janeiro de 2013 na clínica que fica dentro do hospital |
A decisão é do juiz Gustavo Pisarewski Moisés, da 6ª Vara Cível de
Campinas, mas ainda cabe recurso.
Por engano de uma auxiliar de
enfermagem, a vítima teve a substância perfluorocarbono injetada nas veias no
lugar de soro e sofreu uma parada cardiorrespiratória.
Na mesma ocasião, outras duas pessoas - a administradora de empresas Mayra
Cristina Augusto Monteiro, de 25 anos, e o zelador Manuel Pereira de Souza, de
39 - também morreram em situação
idêntica.
Falha
"O ato ilícito aqui é patente: o filho dos autores ingressa nas dependências dos réus para realizar um exame corriqueiro e de lá sai sem vida, em razão da troca de substâncias químicas. Trata-se de falha imperdoável, injustificável, inescusável, vergonhosa e que, de tão grotesca que é, dispensa maiores qualificativos", afirmou o juiz em sua decisão.
"Afastada a arenga e a ladainha que os responsáveis em eventos que tais soem apresentar em juízo, como se tal conseguisse algum sucesso em sua defesa, é gritante aqui o erro grosseiro e crasso, a falta de perícia e a incompetência dos prepostos dos reús (…) A morte de paciente quando da realização de exame corriqueiro por troca de substâncias é algo tão absurdo que só confirma a falta de cautela daqueles que lá trabalhavam em favor dos réus", reforçou a sentença.
Agradecimento
O empresário Ribeiro Porto agradeceu a decisão, mas deixou claro que nada disso diminuirá a dor pela perda do filho.
"O ato ilícito aqui é patente: o filho dos autores ingressa nas dependências dos réus para realizar um exame corriqueiro e de lá sai sem vida, em razão da troca de substâncias químicas. Trata-se de falha imperdoável, injustificável, inescusável, vergonhosa e que, de tão grotesca que é, dispensa maiores qualificativos", afirmou o juiz em sua decisão.
"Afastada a arenga e a ladainha que os responsáveis em eventos que tais soem apresentar em juízo, como se tal conseguisse algum sucesso em sua defesa, é gritante aqui o erro grosseiro e crasso, a falta de perícia e a incompetência dos prepostos dos reús (…) A morte de paciente quando da realização de exame corriqueiro por troca de substâncias é algo tão absurdo que só confirma a falta de cautela daqueles que lá trabalhavam em favor dos réus", reforçou a sentença.
Agradecimento
O empresário Ribeiro Porto agradeceu a decisão, mas deixou claro que nada disso diminuirá a dor pela perda do filho.
"A sentença foi contundente; a Justiça fez o que estava ao seu alcance. O
hospital e a empresa precisavam ser punidos. Mas, para toda a nossa família,
essa indenização não tem muito significado", comentou o pai.
O advogado da família, Carlos de Araújo Pimentel Neto, avaliou que a sentença foi exata."O fato foi escandaloso", disse ele.
O advogado da família, Carlos de Araújo Pimentel Neto, avaliou que a sentença foi exata."O fato foi escandaloso", disse ele.
Um dos advogados que representam o Hospital Vera Cruz e a clínica
Ressonância Magnética Campinas, Fernando Damha Filho, fez críticas ao tom da
decisão judicial e questionou a inexistência de uma possibilidade de
acordo.
"A sentença foi passional. A função do Judiciário é conciliar, mas
nesse tom vai ser difícil. As empresas vão oferecer recurso, principalmente,
porque não foi aberto nenhum canal de negociação (entre as partes). Nós
estávamos esperando a designação de uma audiência de conciliação, que é praxe
nesse tipo de processo. Os advogados aguardavam essa audiência para tentar fazer
uma composição e minimizar o tamanho da dor. É lógico que o tempo não vai
minimizar a dor, mas os que ficam, os que vivem, têm que ter instrumentos para
minimizar essa dor", afirmou o advogado.
"Nós esperávamos um valor menor.
Essa discussão de quanto vale uma vida é algo horroroso. Mas, quando temos uma
situação dessas, precisamos verificar o que os costumes rezam. Os tribunais têm
fixado as condenações entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. Não que eu ache isso
correto... Nenhum valor paga uma vida. Foi um desastre, não tem como negar",
apontou Damhas.
RAC
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