Foto: Reprodução Coração normal à esquerda e coração com miocardiopatia dilatada à direita |
A doença retratada na novela das nove pelo personagem do ator Reinaldo Gianecchini alertou para o perigo da miocardiopatia dilatada. O problema afeta o músculo do coração e impede o bombeamento adequado de sangue para o corpo, causando complicações como arritmia, coágulos de sangue e morte súbita.
A miocardiopatia dilatada afeta, principalmente, o ventrículo esquerdo, uma importante câmara de bombeamento do coração. O órgão se dilata e as fibras musculares se esticam ao máximo, o que compromete a função de se encurtar e bombear o sangue para fora. A doença tem alta incidência no mundo e instituições de pesquisa brasileiras investem em novas estratégias para aumentar a qualidade de vida de pacientes e prolongar sua existência.
A miocardiopatia dilatada não necessariamente causa sintomas, mas, para algumas pessoas, pode ser fatal. O mal é uma causa comum de insuficiência cardíaca – a incapacidade do coração de fornecer oxigênio para os tecidos e órgãos do corpo.
“Quando o paciente desenvolve insuficiência cardíaca pode causar uma grande diversidade de sinais e sintomas. Entre os mais frequentes podemos citar falta de ar ao executar esforços progressivamente menores, falta de ar ao se deitar (alguns paciente só conseguem dormir com muitos travesseiros ou até mesmo sentados), emagrecimento com perda de massa muscular e edema das pernas e dos pés”, completou o cardiologista Clério Azevedo, coordenador do Serviço de Imagem Cardíaca da Clínica de Diagnóstico por Imagem (CDPI).
Nos estágios mais avançados da doença os pacientes não conseguem executar as mais simples atividades do dia a dia. Não são capazes, por exemplo, de tomar banho sem ajuda, escovar os dentes e pentear os cabelos. Qualquer esforço, por menor que seja, causa intensa falta de ar. Podem também acumular líquido no abdômen (ascite) e desenvolver insuficiência renal.
O diagnóstico é feito por meio de um bom histórico clínico e exame físico. O médico precisa conversar com o paciente e examiná-lo. Isso é fundamental. Posteriormente, o paciente deve ser submetido a alguns exames complementares, como exame de sangue, eletrocardiograma, radiografia do tórax e um ecocardiograma.
“Em alguns casos a ressonância magnética cardíaca pode ajudar a determinar a causa da cardiomiopatia dilatada, além de avaliar o prognóstico dos pacientes, isto é, permite ao médico ter uma ideia de como a doença vai progredir”, afirma Clério Azevedo.
A miocardiopatia dilatada pode afetar pessoas de todas as idades, incluindo bebês e crianças. O tratamento é simples, além da adoção de hábitos de vida saudáveis, atualmente, existem diversos medicamentos muito eficazes no tratamento da doença e da insuficiência cardíaca.
Os diuréticos melhoram a sensação de falta de ar e o edema dos membros inferiores. “Mais recentemente, os betabloqueadores, os inibidores da enzima conversora de angiotensina e a espironolactona mostraram-se muito úteis não apenas no controle dos sintomas da doença, mas na redução da mortalidade de seus portadores”, conclui o especialista. Cabe ressaltar, entretanto, que em boa parte dos casos a cardiomiopatia dilatada é progressiva.
Nos estágios mais avançados da doença, os pacientes podem não mais responder satisfatoriamente ao tratamento clínico. Assim, tratamentos mais invasivos, como a terapia de ressincronização cardíaca ou até mesmo o transplante de coração, podem ser necessários.
Assessoria de Imprensa
Juliana Xavier
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