Foto: Reprodução Ovos, leite e derivados podem conter antibióticos |
Quando denúncias levaram a fiscalizações de vinícolas gaúchas suspeitas de adicionar antibiótico a vinhos suave para evitar sua degradação, houve surpresa no Estado.
Porém, segundo especialistas, mais de uma dezena de diferentes tipos de alimentos estão sujeitos a conter resquícios desse tipo de medicamento devido a eventuais usos irregulares. O problema é que não são feitos exames frequentes e abrangentes para detectá-los nos produtos alimentícios.
Com base em estudos acadêmicos, registros de surtos alimentares e na própria experiência como especialista no assunto, o professor de Microbiologia de Alimentos da UFRGS Eduardo Cesar Tondo aponta pelo menos 13 tipos de produtos alimentares onde há risco de se encontrar antibióticos. Eles podem ser ministrados aos animais ou utilizados indevidamente, como no caso do vinho, para alterar as características de um produto.
Atualmente, segundo a superintendência do Ministério da Agricultura no Estado, não é feita fiscalização regular em busca de traços desses medicamentos devido à dificuldade que envolve os exames. Além de a capacidade dos laboratórios credenciados junto ao Ministério da Agricultura ser limitada, é preciso também saber com antecedência que tipo de antibiótico procurar ao realizar o teste.
— A análise não é tão simples. Começou a ser feita no vinho porque havia denúncias específicas — afirma o fiscal federal agropecuário Leandro Kroth.
Conforme o professor de Microbiologia Clínica da UFRGS Alexandre Fuentefria, o maior risco da eventual presença de pequenas quantidades de antibióticos nos alimentos é que, com o passar do tempo, aumenta a resistência dos micro-organismos a eles. Assim, quando é realmente necessário utilizar um medicamento desse tipo para combater uma doença, sua eficácia pode ficar comprometida.
Zero Hora
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