Foto: Reprodução - Criança desnutrida no Sudão |
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) preveniu nesta terça-feira
sobre um "alarmante" aumento da taxa de desnutrição infantil no Sudão do
Sul, onde 13.270 crianças foram tratadas pela NG desde janeiro com o
problema
A violência do conflito que começou em dezembro do ano passado, com
milhares de mortos e mais de 1 milhão de deslocados, gerou uma escassez
de alimentos que afeta especialmente as crianças, que precisam de
atendimento médico urgente em muitos lugares do país.
"Isso é um desastre de grandes proporções. Algumas pessoas estão
desde dezembro vivendo na floresta, bebendo água suja e parada e comendo
raízes para sobreviver", afirma em comunicado o coordenador da MSF no
Sudão do Sul, Raphael Gorgeu.
As taxas de desnutrição em vários pontos dos estados do Alto Nilo, Unidade e Jonglei dispararam desde então.
As taxas de desnutrição em vários pontos dos estados do Alto Nilo, Unidade e Jonglei dispararam desde então.
Em Leer, uma cidade do estado Unidade, as equipes da MSF tratavam uma
média de 40 casos por mês antes de as hostilidades começarem, e
atualmente atende mais de mil casos por mês.
Em Jonglei, as instalações da ONG registraram um aumento de 60% dos
tratamentos nutricionais com relação ao primeiro semestre do ano
passado.
Além disso, no estado do Alto Nilo, as equipes da MSF trataram 2064 pessoas com desnutrição aguda, a maioria delas crianças.
"Os deslocados se veem forçados a suportar condições terríveis de
vida e estão morrendo de doenças que se podem prevenir", alerta a
coordenadora de emergências da MSF, Patricia Trigales.
"O grande número de deslocados que ainda está nas florestas perdeu
seu gado, suas colheitas e seus instrumentos de lavoura. A violência os
impediu de semear e colher, e os alimentos que tinham armazenados foram
saqueados ou destruídos", conra Trigales.
Além disso, o abastecimento dos mercados foi interrompido, e as
estradas estão impraticáveis devido ao conflito e à época das chuvas,
que vai até o fim de agosto.
A MSF considera que as organizações humanitárias e as agências das
Nações Unidas precisam dar um passo adiante para aumentar a assistência
que estão prestando.
Além disso, as partes em conflito "devem dar tudo de si" para
facilitar que a ajuda humanitária chegue aos cidadãos e para que a
população possa chegar aos hospitais e centros de saúde com total
segurança.
Terra
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