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terça-feira, 12 de agosto de 2014

A cura israelense para erros de prescrição médica

Medicamentos prescritos erroneamente são a causa de centenas de milhares de mortes e lesões.  Um sistema de identificação desses erros em tempo real foi criado pela MedAware em Israel

Quando um menino israelense de 9 anos morreu porque seu médico de primeiros socorros prescreveu acidentalmente o medicamento errado, o internista Dr. Gidi resolveu criar uma maneira de prevenir erros de prescrição – um fato assustadoramente comum, estimado em causar lesões e mortes de mais de 200.000 pacientes todos os anos somente nos EUA.

Três anos após a tragédia, uma versão de teste ao vivo do Sistema de Análise de Prescrição e de Alerta MedAware   – projetada por Stein, Tuvik Beker and Prof. Eytan Ruppin –  será instalada no Sheba Medical Center, o maior hospital de Israel, enquanto estudos-pilotos são realizados no mundialmente renomado hospital de Boston, no Brigham and Women’s Hospital e no Massachusetts General Hospital.

Com base na análise de grandes volumes de dados de registros clínicos eletrônicos, a MedAware alimenta o seu software com padrões de prescrição usados por médicos, identificando assim potenciais erros de prescrição em tempo real.

“A facilidade com que um menino morreu por causa de um clique equivocado de um botão foi horrível para mim como médico e como pai”, relata Stein a ISRAEL21c.

O nascimento da MedAware
Ele era a pessoa excepcionalmente qualificada para resolver o problema. Antes de frequentar o curso de Medicina, Stein era um engenheiro de software, tendo concluído mais tarde seu doutorado em biologia computacional na Universidade de Tel Aviv, onde é docente de Medicina Clínica e Imagem Molecular.

Ruppin é professor de Ciências da Computação e de Medicina e autoridade internacional em Modelagem Biomédica e Aprendizado de Máquinas. Ele foi o orientador do doutorado de Stein.  Ruppin concordou em ser cofundador da empresa em 2012, trazendo consigo o especialista em logaritmos e aprendizado de máquinas Tuvik Beker.

“Por mais de um ano, realizamos estudos-pilotos em Israel, trabalhando noite adentro sem receber nada por isso. No ano passado, tivemos a sorte de sermos aceitos na aceleradora MassChallenge”, explica Stein.

MassChallenge, a maior aceleradora de startups do mundo, abriu recentemente a MassChallenge Israel, seu primeiro programa oficial fora de Boston. Durante os quatro meses de programa da aceleradora, as empresas israelenses selecionadas tiveram acesso a mentores de nível internacional, uma grande comunidade de empreendedores, treinamento, eventos de networking, espaço gratuito para escritório e prêmios em dinheiro.

“Boston é a meca das empresas da saúde. O fato de ter estado aqui por quatro meses ajudou a expandir horizontes e a abrir novas portas”, assim Stein.

“Após nosso sucesso lá, juntamos nossa primeira rodada de investimentos vinda de investidores anjos israelenses. Essa rodada foi estendida e nós praticamente dobramos o nosso investimento inicial. Estamos agora no meio de nossa segunda rodada OurCrowd [localizada em Jerusalém] .”

Soluções existentes que não funcionam
O sistema da MedAware assinala erros incluindo a prescrição de um medicamento com um nome similar ao pretendido, a prescrição de um medicamento ao paciente errado e a prescrição de um medicamento contraindicado por dados laboratoriais/diagnósticos recentes.
 
Segundo Stein, é um sistema único no mundo todo.

“As soluções atuais são em sua maioria sistemas baseados em regras, como bases de dados de interações medicamentosas”, explica Stein.  “Eles identificam vários erros, no entanto, há dois problemas: primeiro, você somente encontra aquilo que você definiu como uma regra. Há muitos erros aleatórios que ninguém imaginaria que fossem possíveis, como um menino de três anos recebendo a prescrição de uma pílula anticoncepcional ou um paciente sem câncer recebendo a prescrição de um medicamento para quimioterapia. Esses erros realmente ocorrem.

O segundo problema é que mais de sete por cento das prescrições são assinaladas pelos sistemas atuais, e 90% dessas identificadas são alarme falso.  Isso leva a uma “fadiga de alerta”, fazendo com que os médicos ignorem o alerta. Na prática, as soluções atuais não funcionam, e ninguém as usa.

Shimon Kosowitz, farmacêutico em uma filial Rishon LeZion, uma das organizações de saúde de Israel, afirma a  ISRAEL21c que, em Israel, os controles e as estimativas pormenorizadas existentes para evitar erros geralmente funcionam bem, sendo que em outros países há uma necessidade mais premente para uma solução como a oferecida por MedAware. Ele iniciou a sua carreira na Austrália, onde as prescrições ainda são escritas a mão.

“Se a letra não é legível, as pessoas adivinham o que deve ser dado”, conclui Kosowitz. “Muito depende da capacidade do farmacêutico em não cometer um erro.”

Os farmacêuticos na Austrália digitam o nome do medicamento e as instruções de uso no computador e, em seguida, buscam o medicamento na prateleira e escaneiam o código de barras para verificar se o que foi digitado confere. “Se lerem mal a receita e preencherem os dados de acordo com o que leram, o código de barras estará correto, e não perceberão o erro”, esclarece Kosowitz.  “A necessidade de um sistema melhor é indiscutível.”

Em estudos de larga escala, o Sistema de Análise de Prescrição e de Alerta MedAware identifica erros de prescrição fatais que escaparam da detecção de sistemas de alerta existentes em mais de 1% dos pacientes.  A tecnologia pode ser ajustada de acordo com as respostas dos médicos e os dados atualizados de registros clínicos de pacientes ativos, obtidos por meio de uma parceria com Elad HealthCare Solutions.

Fonte: Israel21c

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