O paracetamol é o analgésico de primeira linha recomendado para dor
lombar aguda. No entanto, nenhuma evidência de alta qualidade apoia esta
recomendação
O objetivo do estudo, publicado pelo The Lancet, foi
avaliar a eficácia do paracetamol, tomado regularmente ou quando
necessário, para melhorar o tempo de recuperação da dor, em comparação
ao placebo, em pacientes com dor lombar.
Foi realizado um estudo “duplamente mascarado” (double dummy),
controlado com placebo, multicêntrico, randomizado, em 235 centros de
atenção primária em saúde, em Sydney, na Austrália, a partir de 11 de
novembro de 2009 a 5 de março de 2013.
Os pacientes com dor lombar aguda foram alocados aleatoriamente em uma proporção de 1:1:1 para receber até quatro semanas de doses regulares de paracetamol (três vezes por dia, equivalente a 3990 mg de paracetamol por dia), doses de paracetamol usadas conforme a necessidade (tomadas quando necessário para alívio da dor; máximo de 4g de paracetamol por dia) ou placebo.
A aleatorização foi feita de acordo com um cronograma de randomização centralizado e preparado por um pesquisador que não estava envolvido no recrutamento de pacientes ou na coleta de dados. Pacientes e funcionários em todos os locais foram mascarados para a alocação de tratamento.
Os pacientes com dor lombar aguda foram alocados aleatoriamente em uma proporção de 1:1:1 para receber até quatro semanas de doses regulares de paracetamol (três vezes por dia, equivalente a 3990 mg de paracetamol por dia), doses de paracetamol usadas conforme a necessidade (tomadas quando necessário para alívio da dor; máximo de 4g de paracetamol por dia) ou placebo.
A aleatorização foi feita de acordo com um cronograma de randomização centralizado e preparado por um pesquisador que não estava envolvido no recrutamento de pacientes ou na coleta de dados. Pacientes e funcionários em todos os locais foram mascarados para a alocação de tratamento.
Todos os participantes receberam aconselhamento e foram acompanhados
por três meses. O desfecho primário foi o tempo até a recuperação da dor
lombar, com recuperação definida como um escore de dor de 0 ou 1 (em
uma escala de dor de 0 a 10) sustentado por 7 dias consecutivos. Todos
os dados foram analisados por intenção de tratar.
- 550 participantes foram designados para o grupo normal (550 analisados).
- 549 foram designados para o grupo com a necessidade da medicação (546 analisados).
- 553 foram designados para o grupo placebo (547 analisados).
O tempo médio para a recuperação da dor foi de 17 dias (IC 95% 14-19)
no grupo normal, 17 dias (15-20) no grupo da necessidade e 16 dias
(14-20) no grupo placebo (normal versus placebo hazard ratio 0,99; IC
95% 0,87-1,14; conforme necessidade vs placebo 1,05, 0,92-1,19; normal
vs necessidade 1,05, 0,92-1,20). Não foram registradas diferenças entre
os grupos de tratamento para o tempo de recuperação da dor (p ajustado=
0,79).
A adesão aos comprimidos (mediana de comprimidos consumidos por participantes por dia foi de no máximo 6; 4,0 [IQR 1,6-5,7] no grupo normal; 3,9 [1,5-5,6] no grupo da necessidade e 4,0 [1,5-5,7] no grupo placebo) e o número de participantes que relataram eventos adversos (99 [18,5%] no grupo normal, 99 [18,7%] no grupo da necessidade e 98 [18,5%] no grupo placebo) foram semelhantes entre os grupos.
A adesão aos comprimidos (mediana de comprimidos consumidos por participantes por dia foi de no máximo 6; 4,0 [IQR 1,6-5,7] no grupo normal; 3,9 [1,5-5,6] no grupo da necessidade e 4,0 [1,5-5,7] no grupo placebo) e o número de participantes que relataram eventos adversos (99 [18,5%] no grupo normal, 99 [18,7%] no grupo da necessidade e 98 [18,5%] no grupo placebo) foram semelhantes entre os grupos.
Os resultados sugerem que o uso regular ou conforme a necessidade de
paracetamol não afeta o tempo de recuperação da dor lombar em comparação
com placebo e questiona o endosso universal do uso de paracetamol neste
grupo de doentes.
O estudo foi financiado pelo Medical Research Council of Australia e pela GlaxoSmithKline Australia.
O estudo foi financiado pelo Medical Research Council of Australia e pela GlaxoSmithKline Australia.
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