A falta de atividade física é uma das maiores barreiras que existem na
América Latina para se levar uma vida ativa e saudável, advertem os
organizadores do simpósio da Série Científica Latino-Americana que
começará nesta quinta-feira (11) em Buenos Aires, na Argentina.
Segundo o presidente do comitê científico do evento, Arturo Torres, "a
inatividade física causa dano". O médico mexicano diz que está
comprovado que a falta de exercício provoca diabetes e mudanças na
pressão arterial, entre outras doenças.
Apesar de também ter destacado a importância de hábitos alimentares
saudáveis, ele considerou que existe maior consciência sobre o que se
come e o que se bebe do que sobre os riscos de uma vida sedentária e de
não caminhar pelo menos meia hora por dia.
— É uma questão cultural. Devido ao nosso desenho genético, deveríamos
nos movimentar. Os primeiros humanos eram caçadores, nômades, se
movimentavam muito. No momento em nos tornamos sedentários por causa das
escadas rolantes, pelo uso excessivo do automóvel, do controle
remoto... o corpo começa a se acomodar e acabamos causando dano a ele.
Torres destacou que é necessário educar as crianças com hábitos de uma
vida ativa, apesar dos vários impedimentos que existem, especialmente
nas cidades, como escolas sem instalações adequadas, a ausência de
parques e a insegurança, entre outros.
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No México, país que lidera os índices de obesidade infantil na região,
"há nas escolas uma hora de educação física por semana, é insuficiente,
não cria o hábito", afirmou. Além de recomendar uma alimentação mais
saudável e que bebam mais água, os médicos deveriam pedir às crianças
que fizessem pelo menos uma hora de atividade física diária, opinou.
O Chile é um dos países com menor índice de atividade física da América
Latina, afirmou o presidente do comitê científico da SCL, já que sete
de cada dez adultos não fazem nenhum tipo de exercício, seguido por
México, onde o percentual é de 56%, e Argentina, com 54%.
Torres citou o Brasil como exemplo a se seguir, "onde é possível ver
crianças jogando bola na rua, fazendo atividades ao ar livre, e o nível
de atividade física é muito superior". A OMS (Organização Mundial da
Saúde) recomenda 150 minutos de atividade física por semana, divididos
em três ou quatro dias, para prevenir "a diabetes e os infartos" e
também tem efeitos benéficos em idosos "para prevenir a demência, o
câncer e o alzheimer", entre outras mazelas.
— Não necessito de uma pista para dar uma corrida, nem sequer um parque. É suficiente sair por aí e caminhar.
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