Cirurgião robótico do Hospital Albert Einstein, Antonio Macedo, fala sobre as tendências das cirurgias com robôs durante Seminário do LIDE
Não dá para negar que há uma tendência no Brasil em usar computadores robôs nas cirurgias. A prática começou nos Estados Unidos nas décadas de 70 e 80 e, hoje, está se consolidando também na Europa e Ásia. Durante Seminário LIDE Saúde promovido nesta última quarta-feira (5), em São Paulo, o cirurgião robótico do Hospital Albert Einstein, Antonio Luiz Macedo, enfatizou a importância dos robôs para as cirurgias oncológicas.
Com a alta incidência de câncer e o consequente aumento de cirurgias para a remoção tumoral, a tecnologia tem sido cada vez mais necessária, já que a laparoscopia não consegue chegar nos tumores malignos, segundo Macedo.
Algumas cirurgias levam até 14 horas e, conforme explicou o especialista, entre as vantagens de tais mecanismos está o fato de que eles não se cansam durante longas intervenções, conseguem chegar em locais mais profundos de maneira menos invasiva e não tremem, diminuindo assim os riscos dos pacientes.
Para ele, em um futuro próximo não haverá mais laboratórios para ensinar a lidar com alguns instrumentos, pois os robôs com simuladores substituirão essa fase. O cirurgião afirmou que essas técnicas já estão bem estabelecidas nas operações de câncer do esôfago, do pâncreas e do tórax.
Para se ter uma ideia, atualmente nos Estados Unidos 85% das cirurgias para remoção de câncer de próstata são realizadas com o auxílio de robôs. Em relação a expansão dessa tecnologia no Brasil, Macedo acredita que o desafio está em universalizar o acesso, que ainda engatinha, estando disponível apenas em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Pará. O presidente do Hospital Albert Einstein e Lide Saúde, Cláudio Lottenberg, fez um alerta durante o evento: “ter o equipamento sem capacitação pode matar os pacientes. É preciso, no mínimo, um ano de treinamento em simuladores e 200 cirurgias em laparoscopia para que o médico esteja apto a operar com robôs”.
Apesar dos custos serem altos na hora da aquisição, acabam ficando baratos, na opinião de Macedo, pois a precisão do equipamento faz com que vidas sejam salvas.
Fonte: Com informações de assessoria de imprensa LIDE Saúde
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