Maíra Teixeira/iG: Santa Casa está buscando financiamento com outros bancos para tentar espantar a crise |
Pela primeira vez desde que a crise financeira da Santa Casa de São Paulo ganhou o noticiário, em abril do ano passado, os médicos que atuam na instituição admitem a possibilidade de entrar em greve. Uma assembleia está marcada para o dia 27 deste mês e o tema deve ser colocado em pauta.
A possibilidade de greve foi aventada na reunião promovida pelo Sindicato dos Médicos de São Paulo (Simesp) e profissionais da Santa Casa no final da semana passada.
Na ocasião, o sindicato recebeu denúncias de dificuldades nas internações de pacientes graves por falta de equipamentos adequados para o atendimento ao mesmo tempo em que o pronto socorro não para de receber pacientes que necessitam de internação.
"Uma das deliberações da assembleia foi garantir o exercício adequado da medicina e, por isso, o Simesp solicitará ao Conselho Regional de Medicina (Cremesp) uma vistoria das condições de trabalho na Santa Casa”, explica o presidente do Simesp, Eder Gatti.
O sindicato também atuará para envolver a Secretaria Estadual de Saúde no processo. Os profissionais da Santa Casa querem saber, por exemplo, se o governo paulista irá fazer novos repasses à instituição. Uma reunião com o secretário de saúde David Uip ainda não tem data definida.
Sem previsão
A superintendência da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo não vai mais prometer nova data para saldar as dividas trabalhistas (salário de novembro e o 13°). A expectativa era de que a Caixa Econômica Federal liberasse crédito até o final de janeiro, o que não ocorreu. A instituição optou por buscar alternativas com outras instituições bancárias, mas manteve sigilo sobre elas. As demissões também estão temporariamente suspensas até o pagamento dos vencimentos atrasados. “Eles reafirmam o compromisso de pagar tudo, mas não dão uma data para quando isso será realizado”, lamentou Eder Gatti.
Consultada sobre a possibilidade de greve do corpo médico, a assessoria de imprensa da Santa Casa informou que não foi comunicada oficialmente pelo Simesp e, assim, não irá se manifestar.
A Secretaria Estadual da Saúde, por sua vez, informou que o secretário David Uip está aberto a receber os médicos, mas que a pasta não tem ingerência administrativa sobre a Santa Casa para resolver questões administrativas.
iG
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