Estudos apontam que aproximadamente 30% do que é adquirido pelos hospitais é desperdiçado por mau uso e falta de gestão do fluxo de materiais
Por Mayuli Fonseca
Procedimentos cirúrgicos onerosos para o setor de saúde estão cada vez mais imersos dentro de protocolos estrategicamente desenhados para garantir não somente a segurança do paciente, como também a eficiência financeira do setor. Um estudo da consultoria Bain & Co. registra que cerca de 30% do que é adquirido pelos hospitais é desperdiçado por mau uso, evasão, avaria ou prazo de validade vencido. Por isso, a adoção de kits cirúrgicos tem contribuído diretamente para melhorar o desempenho das instituições de saúde.
Em São Paulo, o HCor, por exemplo, desenvolveu um software capaz de realizar o protocolo da cirurgia segura de forma digital. Totalmente integrado com a área assistencial, o software dá acesso direto a informações do procedimento a ser realizado, exames e dados do paciente. Além da identificação da equipe médica, o sistema traz informações como kits cirúrgicos por especialidade.
Esse tipo de solução, que consegue munir o hospital com informações e ferramentas de controle, o que traz expressivos impactos financeiros, como aumento no número de procedimentos, já que os processos se tornam mais eficientes, e redução de custos com suprimentos.
A padronização do uso de insumos por meio de protocolos impacta diretamente, portanto, na eficiência logística da instituição. Para isso, porém, é preciso que as equipes médicas, de suprimentos, de enfermagem e os prestadores de serviço de logística hospitalar estejam bem alinhados, para que os kits estejam realmente de acordo com os protocolos e necessidades de cada atendimento.
No dia a dia de um hospital que tenha adotado essa estratégia, os kits são preparados diariamente de acordo com o mapa cirúrgico enviado à farmácia e são enviados já com o nome dos pacientes aos quais se destinam. No final da cirurgia, o kit é devolvido à farmácia, os produtos que foram utilizados são baixados do estoque e, seu consumo, atribuído ao paciente. Os produtos não utilizados dão reentrada no sistema e ficam disponíveis para uso novamente.
Com isso, concluímos que os benefícios estão não só no aperfeiçoamento do controle da compra, estoque e distribuição de materiais no hospital, mas também na priorização e direcionamento dos recursos disponíveis.
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