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terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Energéticos e bebidas açucaradas aumentam risco de hiperatividade em pré-adolescentes

Tiothy A. Clary/AFP
Bebidas adoçadas com muito açúcar, como refrigerantes e
 energéticos, podem aumentar hiperatividade e déficit de atenção 
Com resultado de pesquisa em mãos, médicos recomendam que pais limitem consumo desses produtos por seus filhos
 
New Haven, Estados Unidos - Estudantes na pré-adolescência que consomem bebidas energéticas ou muito açucaradas estão 66% mais propensos a terem sintomas de hiperatividade e desatenção, segundo um novo estudo da Escola de Saúde Pública de Yale.
 
O estudo indica que o consumo desse tipo de bebida pode influenciar o desempenho escolar, e a descoberta respalda as recomendações já existentes de que a quantidade de bebidas com açúcar deve ser limitada para crianças e pré-adolescentes. Os autores também recomendam que as crianças evitem bebidas energéticas, que, além de altos níveis de açúcar, contém cafeína. A pesquisa foi publicada na revista científica “Academic Pediatrics”.
 
A equipe do laboratório — liderada pela professora Jeannette Ickovics, diretora da CARE (Aliança Comunitária de Pesquisa e Engajamento, na sigla em inglês), na Universidade de Yale — entrevistou 1.649 estudantes dos últimos anos do ensino fundamental, selecionados aleatoriamente em um distrito escolar do estado de Connecticut.
 
Os pesquisadores descobriram que os meninos estão mais propensos a consumir bebidas energéticas do que as meninas, e que os garotos negros e hispânicos estão ainda mais suscetíveis ao hábito do que seus colegas brancos. A idade média dos participantes do levantamento foi de 12,4 anos de idade.
 
— Na medida em que o número total de bebidas adoçadas aumenta, também sobe o risco de sintomas de hiperatividade e desatenção entre os nossos alunos de ensino fundamental. E o mais importante: parece que as bebidas energéticas estão à frente dessa associação — disse Jeannette. — Nossos resultados reforçam a recomendação da Academia Americana de Pediatria de que os pais devem limitar o consumo de bebidas açucaradas dos filhos, e que as crianças não devem consumir quaisquer bebidas energéticas.
 
Embora mais pesquisas sejam necessárias para entender melhor os mecanismos que ligam bebidas açucaradas a hiperatividade, estudos anteriores já tinham mostrado uma forte correlação entre crianças com transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) com um desempenho escolar ruim, dificuldade de se relacionar com os colegas e maior susceptibilidade a lesões. Essas associações ainda são pouco estudadas entre as crianças de minorias étnicas, de acordo com Jeannette. Pesquisas anteriores também já mostraram que há um problema de sub-diagnóstico de TDAH em crianças negras e hispânicas.
 
Algumas bebidas adoçadas e energéticos populares entre os alunos contém até 40 gramas de açúcar.
 
Especialistas da área de saúde recomendam que as crianças consumam um máximo de 21 a 33 gramas de açúcar por dia (dependendo da idade). Os alunos que participaram do estudo consumiram, em média, duas bebidas açucaradas por dia, com uma variação de zero a sete bebidas.
 
Além de hiperatividade e desatenção, bebidas açucaradas também têm uma forte relação com obesidade infantil, segundo Jeannette. Bebidas adoçadas com açúcar representam boa parte das calorias extras presentes nas dietas das crianças obesas. Atualmente, cerca de um terço dos estudantes americanos são considerados obesos ou tem sobrepeso.
 
O Globo

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