O setor da saúde é uma das esferas onde é possível encontrar tecnologias e soluções digitais em abundância. No entanto, o acesso a esses recursos utilizados no diagnóstico e tratamento de doenças não é acessível ao público de forma sistemática. Segundo o secretário executivo da Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), Carlos Eduardo Gouvêa, diante desse fato, hoje o País vive em um cenário de busca de redução de custo e maior eficiência na utilização das ferramentas.
“As tecnologias são desenvolvidas e estão disponíveis no mundo. Mas aqui no Brasil não temos critérios tão objetivos e claro para sua utilização”.
Para Gouvêa, atualmente o Brasil está em uma situação de funil, onde há vários processos disponíveis que nem sempre atendem às prioridades essenciais de políticas de governo ou de necessidades sociais. Sendo assim, muitas vezes, é preciso tomar decisões feitas com base somente em dados econômicos, que podem não contemplar às necessidades do setor.
No ano de 2006, com o objetivo de racionalizar e modernizar o fluxo de incorporação de novas tecnologias com a criação de mecanismos de atuação e fluxo de análise, o Ministério da Saúde criou a Comissão para a Incorporação de Tecnologias do Ministério da Saúde.
Porém, mesmo com esses critérios, a comissão tem deixado a desejar. “O fato é que embora ela tenha todos esses métodos, o Ministério da Saúde não tem sido capaz de dar uma resposta positiva à sociedade”.
No intuito de contribuir para que exista uma uniformização do acesso aos recursos e fazer uma avaliação da tecnologia aplicada à saúde, a CBDL junto com outros setores de área de saúde, vem fazendo uma análise política que estuda as implicações médicas sociais, éticas e econômicas do desenvolvimento de fusão e emprego das tecnologias de saúde.
Em sua explanação no Congresso Brasileiro de Análises Clínicas 2011, realizado nesta segunda-feira, (27), em Curitiba, Gouvêa afirmou que o uso da medicina baseada em evidências também é um método utilizado para contribuir com a busca por melhorias no assunto, pois proporciona uma definição da questão clínica.
“Ela busca dar acesso à informação para resolver o problema, olhando o que existe em literatura e estudos disponíveis. E, com isso, adotar uma nova tecnologia de forma mais eficiente”.
Gouvêa encerrou sua apresentação propondo que se pense nos elos da cadeia de forma conjunta. “É preciso haver a união dos envolvidos no setor da saúde em prol do paciente”. E ressaltou a necessidade de um cenário mais estável e previsível é fundamental. Caso contrário os investimentos e os processos não serão realizados com sucesso.
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