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quinta-feira, 7 de julho de 2011

Novos antibióticos são promessa contra superbactérias resistentes

Dois novos antibióticos com diferentes mecanismos de ação sobre o ribossomo (estrutura celular que fabrica proteína) das bactérias são as promessas no combate às infecções causadas por agentes multirresistentes.

Um dos ganhadores do Prêmio Nobel de Química de 2009, o americano Thomas Steitz relatou a ação dessas novas drogas, em fase de pesquisa clínica.

Uma delas age em área específica do ribossomo -onde outros fármacos não atuam-, e a outra causa um bloqueio que impede a sua atividade.

"Chamamos isso de constipação molecular", disse Steitz, durante palestra em Lindau (Alemanha), para uma plateia de jovens cientistas e jornalistas.

Os antibióticos curam várias doenças por meio do bloqueio da função dos ribossomos bacterianos. Se o ribossomo não funciona, a bactéria não pode sobreviver.

Para a infectologista brasileira Ana Luíza Gibertoni Cruz, presente no evento, essas novas pesquisas são importantes porque, especialmente no caso de pacientes hospitalizados, o número de infecções por bactérias multirresistentes vem crescendo.

"As novas drogas infelizmente não têm acompanhado a velocidade com que as bactérias conseguem escapar dos tratamentos", diz ela.

INÍCIO

Há dois anos, Steitz e outros dois cientistas (Venkatraman Ramakrishnan e a israelense Ada Yonath) levaram o prêmio por trabalhos que mostraram imagens dos ribossomos com uma definição que lhes permitiu interpretar as posições atômicas da estrutura deles, facilitando entender seu funcionamento.

Em entrevista à Folha, Yonath contou que hoje 40% dos antibióticos disponíveis atacam o ribossomo da bactéria. "Muitos antibióticos matam a bactéria, impedindo-as que fabriquem suas proteínas vitais. Mas é fundamental buscar novas formas de combate para enfrentar as superbactérias."

Yonath e os outros dois premiados explicaram, por meio de modelos tridimensionais, como o DNA é lido pela célula e mostraram o ribossomo em funcionamento.

Eles utilizaram um método chamado cristalografia de raios X para mapear a posição de cada um das centenas de milhares de átomos que formam o ribossomo.

Fonte Folha

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