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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Álcool: qual é a dose fatal?

Morte da cantora Amy Winehouse mostrou que não há dose segura de álcool. Veja como identificar o coma alcoólico e saiba como agir

Segundo laudo divulgado essa semana, a cantora Amy Winehouse morreu por excesso de consumo de bebida alcoólica e tinha no corpo cinco vezes a quantidade de álcool tolerada pela lei brasileira para dirigir.

A revelação gerou questionamentos: tem gente que bebe essa mesma quantidade e não morre. Tem quem beba menos e passe muito mal. Afinal, qual é a dose fatal para um ser humano?

“Isso depende da constituição física de cada um, varia de acordo com peso, altura, sexo, tolerância ao álcool e condições de saúde. A cantora estava debilitada, por seu estado nutricional e pelos excessos em geral", aponta Camila Magalhães Silveira, médica do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP e coordenadora do Centro de Informações sobre Saúde e Álcool (CISA).

"Naquele dia, provavelmente bebeu muito e em um curto espaço de tempo, de estômago vazio, tendo o que chamamos de intoxicação alcoólica, condição que levou à depressão do sistema nervoso central e a uma parada respiratória e cardíaca."

A morte provocada por álcool não é uma coisa distante da nossa realidade e nem está ligada apenas a quem é dependente químico. Ao contrário, pode acontecer com qualquer pessoa e matar até quem não tem familiaridade com a bebida.

“As pessoas morrem mais por beber de forma inadequada do que pela dependência do álcool”, atesta a professora doutora Florence Kerr-Corrêa, titular do Departamento de Neurologia e Psiquiatria da Faculdade de Medicina da UNESP.

“O indivíduo perde o senso crítico e a capacidade de avaliar riscos e acaba se envolvendo em acidentes e brigas, fazendo sexo inseguro, enfim, se expondo facilmente ao perigo”, completa.

O fígado de uma pessoa saudável consegue metabolizar uma dose de álcool por hora. Por uma dose entenda-se 360 ml de cerveja (uma lata), 150 ml de vinho (uma taça) ou 45 ml de destilado (uma medida do dosímetro). O jovem e o bebedor “iniciante”, especialmente, por não conhecer a resposta do próprio organismo ao álcool também podem consumir bebida em excesso e muito rapidamente.

“Acima de cinco doses, a pessoa corre riscos de inúmeras naturezas (acidentes, ferimentos, quedas). Acima de 10, há risco de morte por toxicidade alcoólica (coma alcoólico, parada respiratória e cardíaca)”, diz Camila Magalhães Silveira.

Em excesso, o álcool aumenta a ansiedade e os ritmos cardíaco e respiratório, altera o estado de vigília e ainda prejudica os reflexos e a coordenação motora. Aumentar a dose pode levar ainda a letargia e perda de consciência. É o coma alcoólico.

“O coma alcoólico é subdiagnosticado,mas é perigoso e pode levar à morte. Às vezes o indivíduo alcoolizado fica mal, sonolento e é deixado de lado, esperando que a bebedeira passe. É fácil acontecer um acidente. É preciso checar se ele não perdeu os sentidos, se está vomitando (há risco de aspirar o vômito e morrer), se está cianótico (com os lábios e unhas arroxeados) ou se respira normalmente”, orienta Florence Kerr-Corrêa.

Para verificar o padrão de respiração normal, a professora da UNESP ensina: “normalmente respiramos (inspiração e expiração) de 14 a 20 vezes por minuto. Se isso ocorre menos de oito vezes por minuto o quadro é de alerta”. Diante desses sinais, a pessoa precisa ser encaminhada para atendimento médico.

Primeiros socorros: como agir em caso de coma alcóolico

Já a dependência do álcool provoca problemas crônicos, com risco de morte por cirrose e câncer, entre outras dezenas de enfermidades. “Ao longo dos anos vão ocorrendo prejuízos cardíacos, hepáticos, gastrointestinais, mentais e as pessoas morrem precocemente por falência dos órgãos”, finaliza a médica Camila Magalhães Silveira.

Fonte IG

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