O “esqueleto” de concreto de cinco andares abandonado há cerca de 10 anos às margens da Avenida Rubem Berta, na Vila Clementino, zonal sul da capital, vai virar um complexo hospitalar.
O dono é o grupo NotreDame Intermédica, que já tem quatro maternidades, nove prontos-socorros e oito hospitais próprios. Batizado de Hospital 23 de Maio, será feito com recursos próprios da empresa de assistência médica e deverá ser inaugurado em 2013.
No ano passado houve a intenção de o imóvel ser colocado à venda, mas o grupo, que já havia arrematado o prédio em leilão em 2007, decidiu incorporá-lo aos hospitais próprios da rede. Ontem, telas de proteção da revitalização pela qual o imóvel passará nos próximos dois anos foram instaladas no local.
Um ano atrás, a Universidade de São Paulo (Unifesp) anunciava que tinha projetos de transformar o antigo esqueleto de concreto abandonado em um hospital especializado no atendimento de tragédias. Paulo Pontes, coordenador da comissão de verticalização do Bairro Universitário, que fica no mesmo bairro, fez gestões nas três esferas de governo na tentativa de adquirir o prédio e tirar a proposta do papel. Mas, segundo ele, o alto valor pedido na negociação inviabilizou o negócio. Na ocasião, cotações iniciais giravam em torno de R$ 65 milhões.
Se o negócio vingasse, a Unifesp pretendia construir ali um hospital de trauma, com retaguarda para vítimas de catástrofes, como desabamentos, incêndios e acidentes de avião, por exemplo. Seria o primeiro centro médico do País neste modelo. Agora, a universidade procura outro local para levar adiante o projeto, pronto há um ano.
O local é considerado estratégico por ficar às margens do corredor Norte-Sul, o que facilita o trânsito de ambulâncias. A aquisição, se concretizada, estaria dentro do perímetro do Bairro Universitário, que a Unifesp está implantando em parceria com a Prefeitura. No ano passado, a administração municipal havia informado que no protocolo de instalação do Bairro Universitário assinado com a Unifesp não havia referência específica sobre qualquer plano de aquisição do prédio.
Naquele terreno, há cerca de uma década, estava sendo construído o hospital da Unimed São Paulo, liquidada extrajudicialmente e que deixou o esqueleto se deteriorando. O prédio pertenceu a outros dois grupos da área médica e também foi motivo de disputa judicial por falência das controladoras indo, inclusive, duas vezes a leilão. Em 2000, o prédio, na posse da Unimed, tinha 80% da área externa concluída, janelas de vidro e pintura nova, além de heliponto. Por conta do imbróglio, a construção se degradou, a fachada foi pichada e os vidros quebrados. “Serão necessárias medidas mitigadoras dos impactos causados ao tráfego do entorno”, lembra a urbanista Lucila Lacreta, do Defenda São Paulo.
Fonte Estadão
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