Para reduzir custos de assistência médica, empresas estimulam funcionário a se exercitar até na própria mesa de trabalho
Permanecer sentado por longos períodos é prejudicial ao corpo. É péssimo para a coluna e provoca flacidez dos músculos. Reduz o ritmo dos processos que metabolizam as calorias, aumentando o risco de obesidade, diabetes, doenças cardíacas e tipos de câncer.
As pessoas talvez pensem que estão se protegendo destes problemas praticando exercícios fora do expediente. E é provável que os empregadores se gabem de subsidiar as aulas de ginástica para os seus funcionários na academia. Mas algumas pesquisas mostram que o exercício regular não compensa totalmente a interrupção dos processos químicos nos longos períodos durante os quais eles ficam sentados.
Agora existe uma solução para os males do sedentarismo: Procure levantar ou ficar de pé enquanto trabalha, usar as escadas em vez do elevador, ou mesmo andar até a mesa de um colaborador em vez de mandar uma mensagem. Cada pequeno gesto destes ajuda.
Alguns empregadores resolveram inclusive dar um passo adiante, incorporando a ordem "mova-se enquanto trabalha" à filosofia da empresa. Eles esperam com isto melhorar a saúde dos funcionários e reduzir ao mesmo tempo os custos da assistência médica.
Esteiras. Salo, uma empresa de seleção de funcionários de Minneapolis, por exemplo, aconselha a fazer as reuniões andando. Numa sala de reuniões, a Salo instalou quatro mesas sobre esteiras, com uma superfície de trabalho de altura ajustável. As mesas ficam umas em frente às outras, de maneira que as pessoas possam caminhar e cuidar ao mesmo tempo dos seus afazeres.
"Foi preciso tempo para a gente se acostumar", disse Craig Dexheimer, diretor de operações e administração da Salo. "É normal caminhar e conversar na academia, mas fazer isto num escritório pareceu um pouco estranho no começo". Em uma sala separada, a empresa instalou seis mesas sobre esteiras, equipadas inclusive com computadores. Os funcionários podem usá-las numa sessão de trabalho em movimento.
Em 2007, Dexheimer ajudou a organizar um estudo chefiado pelo Dr. James A.Levine, um pesquisador da Clínica Mayo, sobre os efeitos do aumento dos exercício físico no local de trabalho.
Durante seis meses, as atividades de 18 funcionários - inclusive Dexheimer - foram monitoradas por um aparelho colocado em seus cintos. Com a ajuda de equipamentos, como as mesas sobre as esteiras e fones de ouvido sem fios que permitem andar conversando ao telefone, os funcionários perderam mais de 75 quilos no total. Suas taxas de colesterol e triglicérides também mostraram uma queda coletiva. Dexheimer disse que perdeu 12,5 quilogramas, e agora mantém o peso.
Para alguns trabalhadores, fazer pequenas pausas para se exercitar pode ser prático e eficiente. É uma estratégia usada na HealthBridge, uma clínica de Great Neck, Nova York, onde o local de trabalho muitas vezes parece uma academia. Durante uma pausa, um funcionário pode exercitar os bíceps com garrafas de água, enquanto outro apoia as costas ao balcão onde fica a copiadora do escritório, com as mãos apoiadas sobre o balcão na mesma distância dos ombros, fazendo mergulhos dos tríceps.
Há dois anos, quando o dr. David G. Edelson, o fundador da clínica, sugeriu que fossem incorporadas pausas para exercícios leves e movimentos no expediente de trabalho, a reação geral foi: "Vamos mesmo ter de levantar e fazer essas coisas?" disse Jennifer Alexatos, a gerente de marketing da clínica. "Muitos riram e caçoaram". Mas desde então o programa foi adotado pela maioria dos 25 empregados da clínica, disse Jennifer, que faz duas pausas de dez minutos para exercícios todos os dias.
Fonte Estadão
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