Cada reunião na sala da diretoria significava praticamente o início de uma maratona para o gerente de assistência técnica e serviços Marcel Teixeira da Rocha, 52.
"Como trabalho na fábrica, até alcançar o prédio administrativo eu chegava cansado, bufando", disse Rocha, que pesava 97 kg em fevereiro, o que configuraria obesidade por sua altura -1,67 m.
Foi a abordagem da direção da metalúrgica Renk Zanini, em Sertãozinho (a 333 km de São Paulo), para que perdesse peso que o fez passar por exames e engatar na academia. Hoje, com 90 kg, quer se livrar de mais dez.
Empresas privadas, hospitais e prefeituras estão criando programas próprios ou com assessoria para "emagrecer" seus funcionários obesos ou acima do peso.
Desde fevereiro a Prefeitura de Franca, também no interior, criou grupos com servidores acima do peso.
O convite foi feito aos funcionários em uma revista interna no mês passado. A procura surpreendeu: hoje há dois grupos de 20 pessoas cada e 136 na fila de espera -praticamente só mulheres.
Fiscalização
Os funcionários participam de reuniões semanais com apoio de psicólogo, médico e educador físico. Além de aulas de ginástica, eles usam a piscina municipal para natação e pagam hidroginástica.
E os próprios colegas de trabalho são os fiscais de quem tenta emagrecer, disse a ajudante-geral Gislaine Cristina Salles, 37. "Uma anima a outra, diz que não pode comer dois pães no café", diz.
Há também empresas que fazem parceria com grupos como o Vigilante do Peso. Há 15 anos, a organização criou programa para montar grupos dentro de companhias como Itaú-Unibanco e Vale.
Na CPFL Energia, a parceria funciona desde 2007. Há incentivo financeiro: para quem perde de 3 kg a 5 kg, a empresa paga 60% do valor. Acima de 5 kg, o subsídio sobe para 80%. A concessionária também oferece academia em algumas das unidades.
O casal Marcelo de Moraes, 46, e Cláudia Coimbra, 47, funcionários da empresa, participaram juntos do grupo no ano passado. Cada um perdeu 7 kg, mas, como recuperaram outros três no fim do ano, voltaram para as reuniões do Vigilantes.
Também em 2011, no Santander, 176 funcionários perderam, juntos, 550 kg.
Fonte Folhaonline
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