Indústria já precisou suspender atividades após descoberta de ator que estava com HIV
A lei municipal que obriga os atores do cinema pornô a usar preservativo nas filmagens realizadas em Los Angeles, nos Estados Unidos, entrou em vigor nesta segunda-feira (5) após sua aprovação em janeiro, com o objetivo de prevenir a transmissão da Aids.
A medida afeta a milionária indústria do pornô radicada principalmente no vale de San Fernando, um subúrbio situado em sua maior parte dentro dos limites da cidade californiana, que é considerada a capital do cinema do gênero nos Estados Unidos.
As autoridades deram o sinal verde para a lei em plebiscito municipal realizado no dia 17 de janeiro, apesar da oposição dos produtores do setor, que consideram que já existem suficientes controles sanitários para evitar a transmissão do HIV entre os atores, sem a necessidade de impor o preservativo.
A Prefeitura de Los Angeles ainda está acertando os detalhes sobre como vai fiscalizar o cumprimento da nova lei, que também estabelece um imposto às produtoras de cinema pornô, para financiar as inspeções de surpresa aos sets de filmagens.
A medida foi promovida pela organização Aids Healthcare Foundation, que, após anos tentando mobilizar os políticos locais para que impusessem o uso de preservativos durante a gravação de filmes pornográficos, conseguiram ser escutados quando decidiram forçar um plebiscito a respeito.
Após a vitória municipal, os ativistas contra a Aids querem conseguir o mesmo resultado no condado de Los Angeles, para isso estão trabalhando para promover uma consulta popular sobre o tema.
Essas iniciativas acontecem apesar da lei estadual da Califórnia, que já exige o uso de preservativos nas filmagens de cinema pornô, uma medida que segundo os ativistas do sexo seguro quase não é cumprida.
Os profissionais do cinema pornográfico estão submetidos a controles mensais para comprovar que não sofrem do Aids, clamídia, sífilis, gonorreia, nem outras doenças sexualmente transmissíveis.
O produtor Steve Hirsch, da Vivid Entertainment, falou à emissora KTLA.
- Os controles estão sendo feitos há vários anos e ninguém deu positivo dentro da indústria. Nos últimos 6 anos foram feitos mais de 300 mil cenas de sexo adulto gravadas e os exames funcionam. A verdade é que os atores não querem ser obrigados a usar preservativo.
As companhias do cinema pornô afirmam que os apreciadores deste gênero de filmes não gostam de ver os atores usando preservativo e isso prejudica a receita das empresas.
Durante os últimos anos, as filmagens de cinema pornô na área de Los Angeles tiveram que ser suspensas em várias oportunidades depois que foram detectados casos de contágio de HIV.
Em entrevista ao R7 em 2010, Ricardo Sobhie Diaz, infectologista da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), falou sobre a testagem sistemática dos atores pornô. Segundo ele, isso não impede totalmente a infecção pelo vírus HIV durante as filmagens, mesmo que os exames sejam feitos mensalmente.
Fonte R7
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