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quinta-feira, 5 de abril de 2012

Ingerir a própria placenta: hábito é modismo e ciência não comprovou benefícios

Depois que a atriz January Jones, estrela da série Mad Men, contou à revista People que é adepta da prática, todos se perguntaram se esta não é apenas mais uma nova moda de Hollywoody. Especialista acredita que ingerir a placenta, ou placentofagia, pode sim trazer benefícios à saúde – tanto das mulheres como dos homens -, mas a questão merece estudos mais aprofundados.

“A falta de estudos sérios sobre a placentofagia (que falem sobre quantidade ou dose mínima ou máxima, método de preparação ou tempo) sugere que hoje, quem ingere a própria placenta, sente na realidade mais um efeito placebo do que realmente medicinal”, pontua Mark Kristal. Pesquisador da Universidade de Buffalo, nos EUA, Kristal tem estudado a placentofagia – especialmente em mamíferos não-humanos – por mais de 40 anos.

Estudos com animais
Kristal é autor de um artigo sobre o assunto, divulgado no periódico Ecology of Food and Nutrition. Nele o pesquisador sugere que, em hipótese, a prática até mesmo poderia ser benéfica em algum nível aos seres humanos, pois efeitos positivos já foram constatados em estudos realizados com mamíferos não-humanos que tem por hábito ingerir a placenta (bem como o líquido amniótico).

Estes estudos mostram que, em animais selvagens, comer a própria placenta aumenta a interação entre a fêmea e seu filhote e diminui as dores pós-parto, isto porque a placentofagia potencializa os receptores opióides do cérebro, responsáveis pelo controle da sensação de dor. Ela também estimula o instinto materno, diminui os riscos de gravidez psicológica, aumentando assim as possibilidades para a fertilização.

“O parto humano é repleto de problemas adicionais não existentes entre os mamíferos não-humanos, como a depressão pós-parto e a hostilidade materna para o bebê”, diz. Kristal acredita que a placenta humana talvez possa conter componentes que melhoram estes problemas. Para ele, mais estudos deveriam ser feitos para identificar estes componentes que, então, seriam usados na produção de fármacos. “A mera possibilidade não deve ser uma exortação às mulheres comer placenta”, diz.

Durante a evolução, humanos nunca precisaram fazer tal coisa
Esta “moda”, explica Kristal, se espelha em relatos não confirmados de comunidades que, em meados dos anos de 1960 e 1970, manteriam esta prática. No entanto, até hoje não foi encontrada nenhuma evidência da prática de placentofagia em outras culturas. “Não encontrei nada em meus próprios estudos, resultado suportado em uma pesquisa extensa realizada por pesquisadores da Universidade de Nevada, em Las Vegas”.

Para ele, se os seres humanos não comem a própria, esta é uma questão que também merece atenção. “Talvez os seres humanos tenham uma maior vantagem adaptativa para não comerem placenta. No artigo discuto algumas possibilidades a este respeito”.

Mas como todo pesquisador, Kristal defende que os benefícios medicinais da placenta devem ser alvo de pesquisas pelas mesmas razões que hoje se pesquisa o uso medicinal de determinadas plantas. “Os efeitos no controle da dor, por exemplo, foi determinado em estudos anteriores que não é específico à um gênero. Isto significa que, embora os homens não produzam as moléculas, eles poderiam se beneficiar também de seu uso”, finaliza.

Fonte O que eu tenho

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