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segunda-feira, 9 de abril de 2012

Psiquiatra esclarece mitos e verdades sobre o mal de Alzheimer

O importante é exercitar o cérebro
Reconhecer os sinais precocemente torna o tratamento mais eficaz

Quanto mais cedo os sintomas da doença de Alzheimer forem percebidos, mais eficaz será o tratamento. Além disso, existem alguns cuidados que podem diminuir os fatores de risco que levam ao surgimento da enfermidade. Com base nesses alertas, a psiquiatra Tânia Pacheco Ferraz, coordenadora do Projeto Terceira Idade (Proter), da Universidade de São Paulo (USP), esclarece alguns mitos sobre a doença, para ajudar a entender, conhecer e saber reconhecer seus sinais.

:: O primeiro sintoma da doença de Alzheimer é a perda de memória.
Mito. A doença acomete incialmente a parte do cérebro que controla a linguagem, a memória e o raciocínio, portanto, outros sinais podem indicar a chegada do Alzheimer, como a dificuldade de executar tarefas rotineiras, mudanças no comportamento, instabilidade emocional, dificuldade de concentração e até mesmo problemas motores. É necessária muita atenção quando um idoso apresentar uma ou mais dessas características, já que os sintomas podem ser confundidos também com estresse ou fadiga. Ao perceber os primeiros sinais, o paciente deve se submeter a uma avaliação médica, que pode ser feita pelo clínico, que já conhece o paciente, por um neurologista, psiquiatra ou geriatra. Exames físicos e laboratoriais, como testes cognitivos, exames com imagens cerebrais e até mesmo o histórico do paciente são analisados para melhor diagnosticar a enfermidade.

:: Palavras cruzadas, sudoku, jogos de tabuleiro e exercícios de lógica ajudam a evitar o declínio cognitivo, um dos sintomas do Alzheimer.
Verdade. Palavras cruzadas, sudoku, jogos de tabuleiro e exercícios de lógica, por exemplo, fazem com que o cérebro seja exercitado, trabalhando, assim, a organização e o planejamento.
— Atividades que proporcionam desafio para a mente engajam as estruturas cerebrais, o que pode prevenir declínio cognitivo — explica Tânia.

:: Alimentos que contém ômega 3 ajudam a prevenir o Alzheimer.
Verdade. Ômega 3 pode ser encontrado em alimentos como peixes, castanhas, nozes e óleos vegetais.
— Estudos realizados em animais mostram que a ingestão de ômega 3 reduz o acúmulo de uma proteína chamada beta-amiloide. O acúmulo dessa proteína no cérebro está ligado ao desenvolvimento e progressão do Alzheimer — assegura a especialista.

:: O Alzheimer acomete apenas idosos.
Mito. Conhecida como Doença de Alzheimer de Início Precoce (Daip), a condição é caracterizada por um declínio mais rápido das funções cognitivas, em pessoas com menos de 65 anos. Esses casos são mais raros e correspondem a 10% do total. Pessoas com histórico de Alzheimer em sucessivas gerações da família possuem maior predisposição para o desenvolvimento dos primeiros sinais desse mal antes dos 65 anos, mas a doença também pode ocorrer sem antecedência familiar, devido a uma mutação em um dos genes associados a Daip.

:: Doenças cardiovasculares aumentam o risco de desenvolvimento do mal de Alzheimer.
Verdade. De acordo com a psiquiatra, o declínio cognitivo em pacientes com problemas cardíacos é observado em cerca de 25% dos casos avaliados após internações hospitalares. Depressão, diabetes, tabagismo e obesidade também são considerados fatores de risco para a doença

:: A prática regular de exercícios físicos é importante em portadores da doença Alzheimer.
Verdade. A prática regular de atividades físicas previne e controla a hipertensão, diabetes, obesidade, problemas cardíacos, além de melhorar o condicionamento aeróbico e evitar quedas.
— Em pacientes já acometidos pelo Alzheimer, os exercícios físicos atuam melhorando a qualidade de vida e retardando o avanço da doença — explica.

:: A doença de Alzheimer não tem cura.
Verdade. Infelizmente não há cura, porém, já existem tratamentos que retardam a evolução da doença e outros que minimizam os distúrbios no humor e comportamento. Dentre eles, os inibidores da acetilcolinestinesterase, que atrasam de forma significativa o declínio da função cognitiva em pacientes com doença de Alzheimer leve a moderada. Nesse grupo, Eranz (cloridrato de donepezila) é o único medicamento indicado para todas as fases da doença. Vale lembrar que, se iniciado já na fase leve da doença, durante o surgimento dos primeiros sintomas, o tratamento terá resultados ainda melhores. Contudo, o médico deve ser sempre procurado para avaliar e indicar o tratamento mais adequado para cada paciente.

Fonte Zero Hora

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