Cientistas identificaram, pela primeira vez, uma série de mutações genéticas que aumentam o risco de uma criança desenvolver autismo.
Eles encontraram evidências de que o risco aumenta com a idade dos pais, principalmente acima dos 35 anos.
As mutações genéticas são extremamente raras. Juntas, respondem por uma pequena fração nos casos de autismo. Especialistas dizem que o novo estudo deu aos cientistas algo novo: uma estratégia para a construção do entendimento da base biológica do transtorno.
O debate sobre a influência do risco hereditário e de possíveis fatores ambientais no autismo já vem se arrastando há décadas e hoje a maioria dos especialistas concorda que há um componente genético forte.
Mas biólogos buscaram, em vão, por um meio seguro para esclarecer as chamadas desordens de espectro do autismo, incluindo a síndrome de Asperger e dificuldades sociais associadas que vem sendo bastante diagnosticadas.
A nova pesquisa foi divulgada na "Nature" e mostra que há provavelmente centenas ou até milhares de variações genéticas que poderiam prejudicar o desenvolvimento cerebral o suficiente para resultar em atrasos sociais.
"Eu diria que é um ponto de mudança. Nós agora temos um caminho à frente e eu acho que é justo esperar que nós venhamos a encontrar 20, 30, ou talvez muito mais mutações nos próximos dois anos", disse Jonathan Sebat, professor de psiquiatria e medicina celular e molecular na Universidade da Califórnia, em San Diego.
Outros pesquisadores foram mais cautelosos, dizendo que a genética dessas mutações raras não foi ainda muito compreendida a ponto de se chegar a conclusões sobre seu efeito no comportamento de genes específicos.
Os cientistas analisaram o material genético tirado de amostras de sangue de famílias em que os pais sem sinais de autismos geraram filhos com o distúrbio.
Eles se concentraram em alterações que não são herdadas, mas ocorrem espontaneamente antes ou durante a concepção.
Fonte Folhaonline
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