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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Bonecos são 'internados' em hospital de transplantes para treinar equipe

Apelidado de Brigadeirinho, boneco participa de simulação de transplante de fígado
Reinaldo Canato/Folhapress
Apelidado de Brigadeirinho, boneco participa de simulação
 de transplante de fígado em hospital de São Paulo
Nesta semana, pacientes inusitados chamaram a atenção dos funcionários do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo Dr. Euryclides de Jesus Zerbini, na capital paulista.

Dois pequenos bonecos foram "internados" na instituição, com nome, ficha médica e diagnóstico fechado --ambos precisavam de um transplante.

Tratados praticamente como pacientes reais, eles seguiram o fluxo usual de tratamento dos pacientes em suas condições.

Um deles, de 31 anos, tem leucemia e precisava de um transplante de medula óssea. O outro, de 48, tem hepatite C e necessitava de um novo fígado. Fizeram exames de sangue, raio-X, eletrocardiograma e, enfim, realizaram o transplante --tudo de mentira, claro, mas devidamente anotado no prontuário. Problemas mais graves também apareceram, como uma parada cardíaca.

Simulação
A simulação faz parte do Programa de Educação Continuada de Enfermagem do hospital. O treinamento envolveu vários setores do hospital, como recepção, segurança e cirurgiões.

"Normalmente a gente tem formas tradicionais de abordar a prevenção de erros e acidentes, mas os cursos são maçantes e sempre os mesmos. Precisávamos de algo mais interativo e lúdico para chamar a atenção dos funcionários e motivá-los", afirma a diretora de enfermagem da instituição, Maria Teresa Gomes Franco.

Os dois bonecos foram batizados de Brigadeiro Euryclides de Jesus Zerbini (em referência ao antigo nome do hospital e ao médico brasileiro pioneiro em transplantes de coração), para chamar a atenção da equipe. Afinal, é comum o hospital lidar com os homônimos, e é preciso ter cuidado redobrado para não confundir os prontuários.

Pequenos, eles não ocupam leitos dos pacientes nem são usados durante o dia todo --a preocupação é que eles não atraiam mais atenção do que os pacientes reais.

"Depois que eles tiverem alta vamos fazer um apanhado de tudo o que aconteceu com os bonecos desde a entrada deles no hospital para discutir problemas e soluções", diz Gomes.

"Nosso desafio é que o colaborador que está na ponta, aplicando a injeção ou fazendo o curativo, faça tudo do jeito mais seguro porque acredita que é importante."

Fonte Folhaonline

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