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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Fitomedicamentos no Brasil: Biodiversidade abundante, investimentos escassos

Por Luiz Francisco Pianowski

Na atual conjuntura econômica do Brasil, que não mede esforços para reverter a insistente balança comercial deficitária, soa como contrassenso a falta de incentivo e atenção dispensados à indústria de fitomedicamentos. O resultado é que, a despeito da abundância de nossa biodiversidade, a indústria nacional ainda precisa recorrer à importação de espécies, em função de regulamentações pouco adequadas à realidade, que, na prática atuam como verdadeiros bloqueios ao desenvolvimento do setor em nosso país. E a partir daí toda a cadeia acaba por ser truncada – desde a pesquisa até a produção industrial, seja qual for o laboratório em questão.

Diante desse cenário, os desafios rumo ao desenvolvimento e produção de fitomedicamentos no Brasil a nível industrial tornam-se enormes, mas mesmo assim devem ser enfrentados, em nome da diminuição das importações e da multiplicação de possibilidades para o desenvolvimento de novos produtos genuinamente nacionais, consolidando um parque industrial 100% brasileiro. E aqui vale a ressalva: sempre falamos em uso sustentável da biodiversidade para produção de fármacos nacionais.

Do ponto de vista das pesquisas, é preciso haver melhorias na jurisdição do setor. Hoje, a legislação referente ao acesso ao patrimônio genético brasileiro é imprecisa, e gera insegurança em muitos profissionais, diminuindo o interesse pelo trabalho na área. Já do ponto de vista industrial, são os processos de manejo florestal que precisam de ajustes, principalmente com relação aos empregos gerados e manutenção das florestas.

A construção de uma via industrial e tecnológica capaz de reduzir drasticamente a dependência de insumos farmacêuticos estrangeiros requer interação e diálogo entre os diversos setores da cadeia de produção: é preciso melhorias e regulamentação no manejo agrícola, certificação das plantas, fortalecimento das politicas de produção e desenvolvimento nos laboratórios, interação entre instituições públicas e privadas, e valorização, por parte do Estado, nas pesquisas e inovações.

Fonte SaudeWeb

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