Por causa de carboidrato no alimento, apenas de 10% a 15% das crianças adquirem a infecção, mesmo na ausência de antirretrovirais
Uma equipe internacional de pesquisadores descobriu que certos compostos bioativos do leite humano estão associados a um risco menor de transmissão do HIV de mãe infectada para bebê. O estudo foi publicado na edição online da American Journal of Clinical Nutrition.
Os cientistas descobriram porque a grande maioria dos lactentes não adquire o HIV-1, apesar da exposição contínua ao vírus no leite das mães durante muitos meses. Mesmo na ausência de medicamentos antirretrovirais, apenas de 10% a 15% das crianças adquirem a infecção.
Eles perceberam que componentes imunologicamente ativos chamados de oligossacarídeos do leite humano (tipo de carboidrato composto de vários açúcares simples ligados entre si) podem proteger contra a transmissão do HIV. A substância é a terceira mais abundante no leite materno, mas como não é digerível, fica altamente concentrada nas superfícies mucosas do trato gastrointestinal do lactente.
Para a pesquisa, foram coletadas amostras de oligossacarídeos de mais de 200 mulheres, como parte de um estudo maior em Lusaka (Zâmbia), seguindo-os desde o nascimento até a idade de 24 meses. A maioria deles foi recrutada antes de ser medicada com o antirretroviral.
"Nos países em desenvolvimento, mães infectadas são confrontadas com a decisão de amamentar ou não seus bebês", disse Lars Bode, professor do Departamento de Pediatria da University of California, San Diego School of Medicine. "O aleitamento materno expõe a criança ao vírus e aumenta o risco de infecção pelo HIV, mas a não amamentação aumenta o risco de o bebê morrer de outras infecções como as intestinais ou respiratórias."
Com a descoberta, espera-se uma melhor compreensão sobre esses carboidratos no futuro, a fim de que se possa orientar o desenvolvimento de intervenções para complementar as estratégias antirretrovirais.
Fonte isaude.net
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