Dores podem estar relacionadas à perda de líquido durante a prática esportiva ou
à redução da taxa de sódio no sangue
As cãibras são comuns durante e após as atividades físicas. Podem acometer
pessoas saudáveis, jovens e que não tenham o hábito de praticar esportes, mas
também podem punir quem não se prepara direito para fazer a atividade
física.
O ortopedista Rogerio Teixeira da Silva, especialista em traumatologia do
esporte do Hospital Samaritano, de São Paulo, lembra que as cãibras são mais
frequentes nos músculos posteriores da perna (músculo gastrocnêmio) e podem se
iniciar durante a atividade física, no repouso e até durante o sono. A etiologia
é controversa.
— Mais frequentemente, a cãibra começa após uma contração muscular intensa
com consequente encurtamento do músculo acometido — explica o médico.
Estão associadas a uma série de condições não relacionadas com o esporte ou o
exercício. Como exemplo, o médico cita o suor e a diurese excessiva, que podem
causar uma hiponatremia (diminuição da taxa de sódio no sangue) com consequentes
cãibras.
— Podem ser momentaneamente interrompidas por uma contração ativa da
musculatura antagonista à afetada, ou por um alongamento muscular passivo
forçado dessa musculatura — orienta.
Após a resolução do quadro de dor, o músculo mostra alterações na
excitabilidade e na contratilidade, mostrando-se fasciculado por alguns minutos
(pode ficar tremendo). O músculo pode permanecer dolorido por alguns dias,
dependendo da intensidade da cãibra.
O tratamento pode ser iniciado com a administração de eletrólitos, com soro
via endovenosa, nos casos mais graves, ou reidratação por via oral, e a
regulação do balanço hídrico. Entretanto, esse tratamento não é comprovadamente
eficaz. Em pacientes não atletas, o sulfato de quinina e fosfato de cloroquina
têm sido benéficos, principalmente nos casos de cãibras noturnas.
De acordo com Teixeira, todo atleta que está com cãibras provavelmente perdeu
muito líquido no suor, e passa a não mais usar este mecanismo de sudorese para
diminuir a temperatura central do corpo. Isso pode levar a quadros de estresse
importantes, principalmente em esportistas de corrida de longa duração, com
aumentos muito grandes da temperatura central, o que pode até resultar em risco
de morte súbita pela grave desidratação que pode acompanhar esse quadro.
— O resfriamento do corpo é muito importante nessa hora, e você pode usar
para isso medidas simples, como colocar o atleta em um ambiente mais gelado ou
até mesmo o resfriamento do corpo e das áreas musculares afetadas pela cãibra
com aplicação local de gelo — recomenda o médico.
A causa exata das cãibras durante os exercícios permanece controversa. Alguns
estudos têm conduzido para a hipótese de desidratação, distúrbios eletrolíticos
e fadiga muscular. Particularmente no esporte, uma hidratação pré-competitiva
adequada é o melhor fator para a prevenção. Quando o esporte é praticado acima
de 32ºC com umidade relativa do ar acima de 80% o risco aumenta muito. Nessas
ocasiões, quando possível, a orientação é interromper o esporte.
Fonte Zero Hora
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